Menos é mais: o operacional enxuto e o poder das médias móveis

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Conteúdo XPA simplicidade pode ser o maior diferencial de um trader profissional. Para Victor Noronha, analista CNPI e mentor, o segredo está em eliminar o excesso e concentrar-se no essencial. “Menos é mais”, resume.Antes de alcançar consistência, ele passou por um processo intenso de depuração que o levou a abandonar o excesso de indicadores e apostar em um operacional enxuto, pautado em leitura de contexto, médias móveis e disciplina técnica.Esse processo marcou o início de uma nova fase. Convidado do episódio 10 da 3° temporada do programa A Arte do Trade, no canal GainCast, Noronha contou como estruturou um método baseado na análise técnica clássica, com foco em tendências e gerenciamento consciente. “Eu planejei minha transição de carreira para o mercado financeiro. Minha tela chegou a virar uma árvore de Natal. Foi quando eu comecei a tirar, tirar, tirar. Menos é mais”, afirma.O gráfico como bússola do traderHoje, o analista estrutura suas operações em janelas bem definidas e com leitura multitemporal. “Quando eu comecei, eu operava janelas de 9:00 às 10:00 horas, 10:00 às 11:00 horas e 11:00 eu puxava até as 11:30. Mas o mercado mudou. Atualmente, minha janela operacional é 9:10, 10:00 e 10:30 horas”, explica.A ideia é aproveitar os momentos em que o mercado mostra direção clara, reduzindo a ansiedade e evitando ruído. Ao focar apenas nos períodos em que o preço revela intenção dominante, Noronha evita disputas indecisas entre compradores e vendedores, filtra movimentos erráticos e mantém a execução alinhada ao comportamento real do mercado — e não à pressa de operar.No dia a dia, o IBOV funciona como referência macro e filtro direcional. A leitura do índice define o viés dominante e orienta se a operação deve priorizar compras ou vendas, garantindo que o trader atue a favor da força maior do mercado e evitando entradas contra a tendência — “O IBOV é minha bússola”, destaca.Ele observa os movimentos do índice em gráficos de 10 minutos, usando médias móveis de 9, 20 e 200 períodos como guias visuais para identificar tendência e pontos de entrada — reforçando a prioridade em operar sempre a favor da direção dominante. “Eu acho que aqui eu já pego uma decisão boa de mercado”, explicaLeia também: Minério, petróleo e VIX: o trio que pode definir o trade de abertura da bolsaOperar a favor da tendênciaNoronha segue uma linha técnica simples, mas precisa: priorizar o trade a favor do movimento dominante. “O pivô sempre vai ser motivo”, explica — reforçando que a leitura de estrutura é o gatilho central da operação.Para ele, setups baseados em tendência exigem confiança no método e paciência na execução. A leitura conjunta de médias móveis e estocástico é o que determina o momento certo de agir. “Se o preço está acima da média de nove e o estocástico saindo da sobrevenda, não faz sentido nenhum eu procurar venda”, observa.No gráfico de 5 minutos, ele ajusta o olhar para calibrar o stop e a parcial, usando projeções de Fibonacci e topos e fundos. “A única forma que eu tenho de negociar minha parcial e meu alvo são topos e fundos claros”, explica.Na prática, a parcial, segundo ele, é um alívio psicológico para quem está em evolução. “A parcial tira um peso dessa galera que tá chegando. A gente tem uma brincadeira: ‘não perde mais’. Pegou a parcial, o coração já alivia”, conta.Leia mais: Pessoa física x fundos: entenda o fluxo dos big players e crie vantagem no day tradeDisciplina como filtro técnicoMesmo com o método consolidado, Noronha evita a armadilha de operar por impulso. “Eu não tenho problema nenhum de ficar sem operar se eu não tiver um alinhamento com o macro”, afirma.Ele utiliza o gráfico de 60 minutos como filtro de tendência principal e só executa trades que estejam a favor da direção maior. Esse olhar para o tempo gráfico superior funciona como um mapa de direção, evitando operações contra a força dominante e garantindo que cada entrada esteja alinhada ao movimento mais sólido do mercado.Por isso, essa abordagem também serve como proteção emocional. “Eu sou um seguidor de tendência. Eu sei que tem muito dinheiro na reversão, mas ao longo dessa jornada não consegui algo minimamente confortável fazendo trade de reversão”, explica.Nesse contexto, para ele, a consistência vem de esperar o mercado mostrar o caminho e agir apenas quando há motivo técnico.Na prática, o método “menos é mais” de Victor Noronha combina técnica e racionalidade — um antídoto contra o excesso de informação que afoga boa parte dos traders que ainda buscam consistência. “O mercado precisa andar, precisa devolver, precisa ter uma intenção. Se ele subir, em algum momento vai cair”, conclui. Confira mais conteúdos sobre análise técnica no IM Trader. Diariamente, o InfoMoney publica o que esperar dos minicontratos de dólar e índice. The post Menos é mais: o operacional enxuto e o poder das médias móveis appeared first on InfoMoney.