Antes mesmo de a Câmara votar o projeto, integrantes do governo Lula já dizem apostar no Senado e no STF para mudar o texto do “PL Antifacção” que será aprovado pelos deputados.O objetivo do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça é tentar retomar o máximo possível — primeiro via senadores e depois via STF — o texto original da proposta enviada pelo governo.Nos últimos dias, após pressão do mercado financeiro, da Polícia Federal (PF) e do governo, o relator do projeto na Câmara, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), recuou de uma série de pontos.4 imagensFechar modal.1 de 4Luiz Silveira/STF2 de 4VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 4Lula, Hugo Motta e Davi AlcolumbreBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto4 de 4O presidente do Senado, Davi AlcolumbreBRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFotoDerrite recuou, por exemplo, da ideia de equiparar as penas de facções com a de terroristas. Também recuou de um trecho que tirava autonomia da Polícia Federal em investigações nos estados.Apesar das mudanças, o governo e as lideranças de partidos da esquerda ainda reclamam de alguns pontos do texto e temem que a oposição aprove alterações durante a votação no plenário da Câmara.Um dos principais temores no Ministério da Justiça é de que o PL de Jair Bolsonaro consiga aprovar emenda com a proposta de classificar as facções criminosas como terroristas. Leia também Igor Gadelha PL Antifacção: Gleisi chama líderes da base para reunião de emergência Igor Gadelha Motta procura Gilmar em busca de apoio ao PL Antifacção Igor Gadelha Governo atua para adiar votação do PL Antifaçção na Câmara Igor Gadelha Moraes pretende mandar Bolsonaro cumprir pena na “Papudinha” Nesse cenário, ministros e assessores de Lula dizem que o governo “vai para cima” da oposição na Câmara. Mas já ponderam que, caso não consigam aprovar o texto ideal, terão ainda o Senado.A avaliação no Planalto é de que o governo tem, hoje, uma base mais sólida entre senadores. Para governistas, os senadores tendem a politizar menos o tema da segurança pública do que os deputados.Auxiliares de Lula lembram que até mesmo senadores de centro direita são mais cautelosos. Eles citam o exemplo de Alessandro Vieira (MDB-SE), que já fez críticas ao texto de Derrite.Caso não consigam alterar o texto no Senado, integrantes do governo prometem recorrer ao STF. A ideia é acionar a Corte para derrubar trechos inconstitucionais aprovados.