13º salário: como usar a seu favor (para garantir um começo de ano tranquilo)

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O décimo terceiro é visto por muitos trabalhadores como um dinheiro extra que facilita as contas no final do ano. Porém, para especialistas, esse pagamento deve ser encarado como parte do orçamento anual, focando em estratégias específicas para não começar o ano seguinte com dívidas.O Brasil possuía aproximadamente 79,1 milhões de endividados em setembro de 2025 segundo o Mapa da Inadimplência da Serasa. Nesse cenário, Bruno Perri, economista e sócio-fundador da Fórum Investimentos, comenta que o primeiro passo seria usar o 13º para quitar ou amortizar dívidas, mesmo que parcialmente.Para ele, quitar os débitos funciona, na prática, como um investimento com retorno imediato. É importante negociar com as instituições financeiras e priorizar as dívidas mais caras, especialmente cartão de crédito e cheque especial, que estão entre as linhas com juros mais elevados do país — e prejudicam o orçamento. Leia tambémVisa testa pagamentos internacionais instantâneos com stablecoinsAnunciado no Web Summit, projeto da Visa usa dólar digital para reduzir de dias para minutos o tempo de envio de pagamentos; piloto abrangerá primeiro influenciadores e freelancersJá para aqueles que estão com a vida financeira organizada, o ideal é pensar nas despesas do início de ano, por exemplo o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), além de matrículas e outras compras.Planejar investimentos pode ser uma boa opção em casos que o 13º sobrar, mesmo após o pagamento de dívidas e projeções do ano seguinte. Para essa situação, o especialista pontua duas boas alternativas.Em primeiro lugar, reforçar a reserva de emergência e oportunidades. Isso para aproveitar um momento de Selic elevada, em que investimentos conservadores e líquidos continuam oferecendo retornos atrativos. A outra opção, para trabalhadores CLT que fazem declaração completa de Imposto de Renda (IR), seria aportar em um PGBL no fim do ano. Essa estratégia pode gerar benefício tributário e aumentar a restituição na declaração do próximo ano.13º salário vs Black FridayA primeira parcela do décimo terceiro cai no dia exato da Black Friday 2025. Esse é o evento em que o comércio oferece os maiores descontos do ano em diversos produtos, além de benefícios exclusivos da época do ano.Gustavo Moreira, planejador financeiro, especialista em investimentos e MBA em Finanças pela Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças, acredita que pode fazer sentido gastar uma parte do 13º na Black Friday, mas com moderação — e apenas em situações em que a família não está endividada.Ele recomenda definir um limite de gastos e respeitar esse valor, além de listar os itens que são realmente necessários para o momento e seguir essa lista. Leia tambémO que é Black Friday? Entenda o significado do termo e como surgiuUma das datas mais movimentadas do comércio surgiu nos Estados Unidos“Assim, é possível celebrar, presentear e curtir o momento sem começar o ano com dívidas. Aproveitar o agora é importante, mas preservar o amanhã é essencial”, diz Moreira.Perri, da Fórum Investimentos, ainda destaca que o risco é cair na ilusão monetária, a sensação de poder de compra maior do que o real, típica de novembro e dezembro. “Por isso, mesmo quem quer aproveitar promoções e viajar deve priorizar, nesta ordem: pagamento ou amortização de dívidas, organização das despesas do início do ano, e apenas depois considerar o consumo”, alerta.Como investir para receber um 13º salário todos os meses?Os juros também podem trabalhar a favor de uma renda extra todos os meses. Para isso, Moreira comenta que o segredo é começar, mesmo que com pouco, e manter a constância.Existem várias estratégias que permitem gerar renda recorrente, seja para complementar o orçamento, seja para reinvestir e acelerar a construção de patrimônio. A escolha depende do perfil do investidor.O planejador financeiro simula um cenário em que um trabalhador investe R$ 5 mil do 13º por ano em algum título que renda cerca de 10% ao ano. Em dez anos, esse valor pode chegar perto de R$ 80 mil.Com montante aplicado em investimentos que geram renda mensal, é possível receber algo próximo a R$ 700 por mês – considerando cenário após dez anos de aportes anuais de R$ 5 mil, com uma rentabilidade média de 10% ao ano, conforme o especialista. Ou seja, é possível para criar um “13º mensal”.No caso da renda variável, o economista Bruno Perri destaca alguns tipos de aplicações que podem fazer sentido para investidores mais experientes na hora de fazer uma renda passiva extra. “São interessantes os fundos Imobiliários (FIIs), pois distribuem rendimentos mensais isentos de IR, tradicionalmente com volatilidade menor que ações”.Ele destacou também os dividendos de ações. “Empresas boas pagadoras são geralmente de setores defensivos como energia elétrica, saneamento, telecomunicações e grandes bancos. Muitos investidores buscam essas ações para criar uma “carteira de renda”.Ele alerta que é fundamental avaliar o risco de crédito dos emissores e diversificar o portfólio. Já no caso da renda variável, os retornos exigem horizonte de médio e longo prazo.The post 13º salário: como usar a seu favor (para garantir um começo de ano tranquilo) appeared first on InfoMoney.