Para abrir a segunda semana da COP30, em Belém, o Sebrae apresentou nesta segunda-feira (17), na Green Zone, o manifesto “Por um Desenvolvimento Climático Socioeconômico Justo Centrado nos Pequenos Negócios”. A iniciativa tenta atravessar o limite simbólico que separa os espaços expositivos e a mesa real de decisões onde governos negociam o futuro da política climática global. O gesto é deliberado: provocar a diplomacia climática a incluir, pela primeira vez, os micro e pequenos negócios como parte estruturante da transição ecológica.O manifesto parte de três princípios centrais: “clima é desenvolvimento, verde é valor econômico e território é o início e o fim das políticas climáticas”. De acordo com a instituição, cada um deles mira um ponto cego da arquitetura internacional do clima, ainda guiada por métricas e padrões mais adequados ao Norte Global do que às economias tropicais.Com base em escutas realizadas em todos os biomas brasileiros, o documento descreve um país em que a adaptação já acontece à margem das políticas públicas. Empreendedores têm reinventado atividades, reorganizado cadeias produtivas, protegido áreas naturais e ativado redes de apoio para sobreviver a secas, enchentes, ondas de calor e colapsos ecológicos cada vez mais frequentes. A conclusão do manifesto sustenta que essas experiências territoriais, longe de serem exceções locais, deveriam orientar o desenho de soluções globais.Ao apresentar o manifesto, o presidente do Sebrae, Décio Lima, afirmou que a COP30 é “o momento de o mundo reconhecer os pequenos negócios como agentes centrais da transição justa e inclusiva”. Para ele, qualquer esforço internacional de mitigação e adaptação seguirá incompleto enquanto não considerar as 96% das empresas brasileiras que sustentam a economia. “O manifesto será a base para uma coalizão de países tropicais que defendem a reforma da governança global do clima e a democratização do financiamento verde”, afirmou.Instrumentos propostosMicrofinanças verdes regionalizadasCrédito climático emergencial pós-desastreSeguro climático simplificadoMetodologias municipais para créditos de carbonoPadrões Tropicais de SustentabilidadeReconhecimento econômico dos saberes tradicionaisSelo de Justiça ClimáticaA iniciativa reforça a estratégia do governo brasileiro de pressionar os fundos internacionais para ampliar o acesso de pequenas economias locais a recursos de adaptação e mitigação. Hoje, esses instrumentos são praticamente inalcançáveis para microempreendedores, cooperativas e municípios de pequeno porte. Na fala de encerramento, o recado foi direto: que a COP30 seja lembrada como o momento em que “a diplomacia climática finalmente ouviu quem vive o impacto do clima na porta de casa” e que os pequenos negócios deixem de ser espectadores e passem a ocupar o centro da construção de soluções.O Sebrae na COP30Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.