Anel de Diamante no espaço não é o que parece — estudo resolve o enigma

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Um gigantesco anel brilhante no espaço, apelidado de “Anel de Diamante”, acaba de ter sua origem desvendada. O objeto, com 20 anos-luz de diâmetro, intriga astrônomos há anos.Agora, pesquisadores liderados por Simon Dannhauer revelam que o fenômeno não é uma estrutura romântica, mas sim o que sobrou de uma bolha estelar que “estourou” há centenas de milhares de anos.O “Anel de Diamante”, estrutura de 20 anos-luz, revelado como resquício de uma bolha estelar rompida. Imagem: Dannhauer et al. 2025. A&AUm anel de diamante que engana até telescópiosO Anel de Diamante fica na constelação de Cygnus e sempre chamou atenção por parecer rodeado por um “diamante” luminoso. Mas essa ilusão foi finalmente esclarecida: o brilho mais intenso não faz parte do anel, e sim é um aglomerado de estrelas jovens que está algumas centenas de anos-luz mais perto da Terra, explica a Space.Com novas simulações em 3D e observações atualizadas, a equipe de Dannhauer percebeu que o anel não tem nada a ver com a joia perfeita que aparenta ser. Trata-se do que restou de uma bolha estelar criada por intensa radiação e ventos de uma estrela massiva. Com o tempo, a bolha expandiu-se até ultrapassar os limites da nuvem que a formou, levando ao seu “estouro”.Imagem: NASA/JPL-Caltech/Harvard-Smithsonian CfATudo o que restou foi o formato plano característico. Pela primeira vez, observamos o estágio final de uma bolha de gás desse tipo em uma estrutura de nuvem nitidamente plana.Simon Dannhauer, pesquisador da Universidade de Colônia, na Alemanha, em nota.Simulações em 3D revelam que o Anel de Diamante é apenas o vestígio de uma antiga bolha estelar, e não uma estrutura uniforme. Imagem: Dannhauer et al. 2025. A&AO que acontece quando uma bolha cósmica explode?A maior parte das bolhas geradas por estrelas massivas cresce de forma esférica e revela sinais claros de expansão em diferentes direções. Mas o Anel de Diamante não exibia esses indícios.A partir dos dados obtidos pelo SOFIA, observatório astronômico já desativado, os pesquisadores notaram que o anel era extremamente fino e se expandia muito mais devagar do que o esperado. A modelagem em computador mostrou que isso só faria sentido se a estrela tivesse se formado em uma camada de gás com cerca de seis anos-luz de espessura, muito mais fina do que as nuvens esféricas comuns.Nessas condições, partes da bolha teriam escapado facilmente pelas regiões de menor densidade acima e abaixo da placa. Apenas o contorno mais denso, dentro da própria camada, teria sobrevivido. O resultado é esse anel amplo e achatado visto no espaço.Como a estrutura provavelmente se formou:A bolha nasceu da radiação e dos ventos de uma estrela jovem e massiva.A nuvem onde a estrela se formou era fina e com formato de placa.Partes da bolha se dissiparam rapidamente ao ultrapassar essa camada.O que restou foi uma borda plana de gás, formando o anel atual.Sua expansão atual é lenta e alinhada ao plano da antiga nuvem.O anel se formou quando a bolha estelar ultrapassou a camada fina da nuvem, dissipando-se e deixando apenas um arco de gás visível. Imagem: Dannhauer et al. 2025. A&AUm “recém-nascido” cósmicoUm dos resultados mais surpreendentes do estudo é a idade do anel. Antes, acreditava-se que ele tivesse milhões de anos. Porém, com os novos cálculos, a estrutura parece ser muito mais jovem: entre 400 mil e 500 mil anos — praticamente um bebê em termos astronômicos.Leia mais:O segredo maia para prever eclipses que só agora entendemosGaláxia “impossível” intriga cientistas ao formar estrelas sem combustível visívelAstrônomos amadores adotam telescópios remotos para observar o Universo Segundo o estudo, a bolha original só conseguiu crescer em três dimensões por cerca de 100 mil anos antes de suas extremidades se romperem e desaparecerem. Foi esse processo que deixou para trás o formato conhecido do objeto.“Esses processos são cruciais para a compreensão da formação de estrelas em nossa Via Láctea”, destacou Robert Simon, coautor do estudo.O post Anel de Diamante no espaço não é o que parece — estudo resolve o enigma apareceu primeiro em Olhar Digital.