Grupo de países em desenvolvimento reforça cobrança por verba de US$ 900 bi

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O pedido para triplicar o financiamento anual de adaptação até 2030 – alcançando US$ 900 bilhões – ganhou força nesta terça-feira (18) em Belém, em meio às negociações do Global Goal on Adaptation (GGA). O grupo LMDCs (Like-Minded Developing Countries), que reúne algumas das nações mais vulneráveis aos impactos climáticos, tem repetido que sem avanço financeiro o pacote de adaptação não se sustenta.Segundo interlocutores da presidência da COP30, André Corrêa do Lago tem concentrado esforços para viabilizar um consenso mínimo sobre o chamado Pacote da Adaptação. A intenção é incluir um anúncio já na primeira rodada de conclusões da conferência, prevista para quarta-feira (19).“Precisamos muito disso, e vamos dialogar. Mas precisamos dos países, das partes, para fazer acontecer”, disse à CNN uma fonte da presidência. Leia mais Ana Toni fala de preocupações com o documento final da COP30: "Frustrante" Eduardo Paes chama chanceler alemão de “nazista” e depois apaga publicação COP30: Mulheres devem estar no centro das discussões, diz Janja à CNN Em entrevista em Belém, durante a COP30, Lina Yassin, representante do Sudão e uma das principais vozes sobre adaptação, afirmou que os países vulneráveis não estão vendo a atenção necessária para o tema – mesmo nesta conferência.“Mesmo que essa esteja sendo chamada de COP da adaptação, não estamos observando atenção suficiente ao tema. Somos um dos grupos mais vulneráveis, mais pobres, e os que menos contribuíram para a crise climática global”, disse.Yassin destacou que a adaptação precisa ser tratada de forma permanente, não apenas em uma edição da COP. “Adaptação não é uma coisa de momento, de uma COP. Toda COP tem que ser focada em adaptação. E essa COP, especificamente, é uma COP importante porque estamos tentando finalizar o GGA – o Global Goal on Adaptation – estabelecido há 10 anos em Paris. É para construir resiliência.”, disse.Ela ressaltou que, uma década após o Acordo de Paris, o mundo ainda não sabe como medir o próprio progresso.“Dez anos depois de estabelecermos o Acordo de Paris, ainda não se sabe como conseguiremos essa meta. Ninguém sabe nem dizer como estão os indicadores de adaptação. Essa conversa tem que ser concluída aqui. Essa é a coisa principal que nosso grupo tem pedido”, falou.Segundo a sudanesa, indicadores são essenciais, mas insuficientes. “Precisamos de indicadores, precisamos saber como estão os progressos e os desafios, mas só indicadores não são suficientes. Eles não resolvem nosso problema”, afirmou.O ponto central, diz ela, é o financiamento. “Além de indicadores, precisamos de financiamento para adaptação. Este é um ano crítico. O gap de verba para adaptação está hoje em US$ 310 bilhões. Esse é o gap. A verba que está vindo, desde 2023, é de US$ 26 bilhões. Isso não é nada comparado ao que é necessário.”Por isso, explica, o pedido do LMDC para ampliar os fluxos financeiros é direto: “Por isso o nosso grupo faz o chamado para triplicar a verba de adaptação até 2030. Temos sido bem claros, falamos disso nas salas de negociação. Sem essa verba, tudo que estamos discutindo aqui é simbólico.”COP30 em Belém: o significado para o Brasil em sediar o encontro