Os mercados norte-americanos vivem um dia de correção nesta terça-feira (18). De acordo com Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, após meses de alta puxada pela inteligência artificial (IA), o mercado encontrou motivos para uma realização mais ampla.No Giro do Mercado, apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o analista comentou sobre o cenário internacional e destacou que, até o fim de outubro, o humor seguia positivo — mesmo com o shutdown (paralisação) de 43 dias no governo dos Estados Unidos.LEIA TAMBÉM: O Money Times liberou, como cortesia, as principais recomendações de investimento feitas por corretoras e bancos — veja como acessarSegundo ele, o avanço notado de abril até outubro foi alimentado por anúncios relevantes do setor de IA, com destaque para a Oracle e a Nvidia (NVDA), além de resultados fortes.Ainda assim, o analista apontou que a confiança começou a enfraquecer com a avaliação de grandes nomes de Wall Street sobre valuations esticados, que elevaram as especulações sobre uma possível bolha no setor.“Tivemos o CEO do Goldman Sachs e o CEO do Morgan Stanley falando que o momento atual de mercado não parece tão atrativo”, destacou. Um executivo do JPMorgan reforçou a mesma preocupação.Apesar das quedas recentes, o analista rejeita a ideia de uma bolha ampla. “Não me parece ser algo tão absurdo assim como foi lá na época da bolha .com”, afirmou, embora afirme que há excessos em alguns nichos — como empresas de computação quântica e cripto.O analista pondera que big techs como Meta e Alphabet continuam saudáveis, com fundamentos sólidos. Sobre a Nvidia, ele avalia que o preço da ação não é baixo, mas se justifica: “É uma empresa que cresce receita a 50% e cresce seu lucro a 60%”.Mercado atento a Nvidia e indicadoresO dado mais aguardado pelos investidores é o resultado da Nvidia, que será divulgado nesta quarta-feira (19). Para Pacheco, os números devem vir fortes.Pacheco disse esperar mais um trimestre com crescimento de receitas e lucro, o 10º consecutivo, e lucro por ação na casa de US$ 1,25. A projeção de receita para o próximo trimestre, segundo o analista, deve ficar em “US$ 61 a 62 bilhões”.Mais do que o resultado, Pacheco avalia que os comentários do CEO Jensen Huang podem dar o tom do mercado até o fim de 2025. “Esse vai ser o grande barômetro para a gente ter uma sinalização para o resto do mercado”, disse.O especialista também comentou sobre a retomada dos serviços do governo após o shutdown. Com isso, os dados de emprego voltaram a ser divulgados.Os pedidos de seguro-desemprego vieram em 232 mil. Para Pacheco, não há motivo para alarme. A expectativa para o relatório de quinta-feira é a criação de 55 mil vagas — o que seria uma retomada após dois meses negativos.O analista lembrou que a piora recente nesses indicadores foi suficiente para mudar o tom do Federal Reserve (Fed), mas não garante um corte de juros em dezembro.“Eu tenho dúvidas se você vai ter essa clareza de uma piora tão significativa no mercado de trabalho para ter o corte como certo”, afirmou.Segundo ele, a inflação ainda está longe da meta, e membros do Fed seguem divididos. “Alguns achando que tinha que cortar, outros, que tinha que aumentar”, disse.Apesar das quedas de curto prazo nas ações, Pacheco se mantém construtivo para o fim de 2024: “Tudo me indica que a gente tende a terminar o ano em uma toada mais positiva.”Segundo ele, mesmo que o S&P 500 corrija entre 5% e 6%, o índice ainda fecharia o ano com ganhos de dois dígitos — acima da média histórica.O programa ainda abordou outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.VEJA MAIS: O que os balanços do 3T25 revelam sobre o rumo da bolsa brasileira e quais ações podem surpreender nos próximos meses – confira as análises do BTG Pactual