A Austrália não se oporá a uma candidatura bem-sucedida da Turquia para sediar a cúpula climática COP31 no próximo ano, disse o primeiro-ministro Anthony Albanese. Ele alertou que um impasse prolongado sobre os direitos de sede poderia prejudicar a unidade necessária para ajudar as nações insulares do Pacífico.A Austrália e a Turquia apresentaram candidaturas em 2022 para sediar a COP31, mas nenhuma delas desistiu. Albanese descartou, no início desta semana, um acordo de coorganização, afirmando que as regras da ONU não permitem isso para a cúpula anual.Mas na terça-feira (18) ele disse que havia “considerável preocupação” por parte de diversos países, incluindo nações do Pacífico, de que a falta de consenso pudesse comprometer os esforços para formar uma frente diplomática unida para agir em relação às mudanças climáticas. Leia Mais COP30: financiamento trava definição de metas de adaptação climática Análise: Brasil entrega 1º rascunho de decisão final da COP30 Vamos acelerar negociações para garantir avanços, diz presidente da COP30 “Se a Austrália não for escolhida, se a Turquia for escolhida, não tentaremos vetar isso. O que buscaremos é garantir que o Pacífico se beneficie disso”, disse Albanese aos repórteres.“O que estamos fazendo é continuar a dialogar… não apenas com a Turquia, mas também com outros países, para garantir que os interesses do Pacífico sejam protegidos”, acrescentou.Um porta-voz do governo afirmou que a Austrália não desistiu da sua candidatura e espera que a Turquia não bloqueie a entrada da Austrália caso esta vença.“Se a Turquia fosse escolhida, não bloquearíamos sua candidatura. Mas a Turquia não foi escolhida. A Austrália tem o apoio esmagador de seus pares”, disse o porta-voz.A Austrália fez campanha para sediar a COP31 juntamente com as nações insulares do Pacífico pela primeira vez, com o apoio do Fórum das Ilhas do Pacífico, composto por 18 integrantes. Muitos estados do Pacífico estão na linha de frente do aumento do nível do mar e têm pressionado por mais esforços globais em financiamento climático e redução de emissões.Segundo as regras da ONU, o bloco de 28 membros “Grupo da Europa Ocidental e Outros”, que inclui a Austrália e a Turquia e que sediará a COP31, deve decidir por unanimidade. O consenso precisa ser alcançado na COP30, que está sendo realizada em Belém, no Brasil, e tem previsão de término para sexta-feira (21).Caso nem a Austrália nem a Turquia recuem, a conferência será realizada em Bonn, na Alemanha – sede da agência climática da ONU –, embora a Alemanha já tenha declarado que não deseja assumir a organização do evento.COP 30: o que os cientistas dizem sobre o momento climático global