Motiva (MOTV3) vende 20 aeroportos por R$ 11,5 bi: o que representa para as ações?

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A Motiva (MOTV3) anunciou nesta terça-feira a venda de sua operação de 20 aeroportos no Brasil e América Latina para a mexicana Asur avaliando os ativos em R$ 11,5 bilhões, segundo fato relevante. Contudo, as ações não reagem positivamente ao anúncio, com o papel caindo 2,26%, a R$ 15,54, às 10h55 (horário de Brasília). O BBI destaca que o negócio foi avaliado em 8,8 vezes EV/Ebitda (valor da empresa/lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) dos últimos 12 meses, acima dos múltiplos da própria Motiva de 6,8 vezes. A transação precifica a participação da companhia em R$ 11,5 bilhões em valor de firma e R$ 5 bilhões em valor de capital, cifra ligeiramente superior à expectativa inicial do BBI de R$ 4,5 bilhões, mas alinhada ao valor de R$ 5 bilhões que já circulava no mercado desde 5 de novembro.Leia tambémIbovespa Hoje Ao Vivo: Confira o que movimenta Bolsa, Dólar e Juros nesta quartaÍndices futuros dos EUA avançam à espera do balanço da Nvidia A Motiva estima que a venda pode reduzir a alavancagem em mais de 0,5 vez. O BBI calcula que a dívida líquida consolidada da holding pode cair para R$ 1,0 bilhão, ante os atuais R$ 5,6 bilhões, aumentando a capacidade financeira da Motiva para aproveitar o amplo cronograma de leilões de rodovias e mobilidade urbana previstos para os próximos meses.O BBI destaca também que o acordo reduz a complexidade do portfólio, uma vez que a empresa passa a atuar em apenas um país e vê seu número de ativos cair de 37 para 17.Entre os potenciais gatilhos para a ação, o Bradesco BBI cita novos aditivos contratuais, já em negociação com diferentes governos, e a adjudicação de novos projetos, dado o volume de leilões previstos.O Goldman Sachs afirma que, com base em conversas com investidores, a venda desses ativos já era amplamente esperada e por um valor semelhante ao anunciado, o que deve resultar em uma reação limitada do preço das ações.Embora sem impacto surpresa, o BTG Pactual destaca que o anúncio marca um passo relevante na otimização do portfólio, abrindo espaço para uma empresa menos alavancada e mais focada. Em termos de mercado, o efeito tende a ser neutro, dado que os investidores já incorporavam a transação, e as ações acumulam alta de 58% no ano. Na avaliação da Genial, o movimento é positivo para desalavancagem e foco estratégico, especialmente após forte ciclo de investimentos em aeroportos, que se provaram de difícil execução ao longo do tempo. A corretora acredita que a empresa deve seguir com investimentos no segmento de rodovias.De forma geral, a XP Investimentos vê o acordo como positivo por três fatores: (i) alinhamento estratégico, reforçando a simplificação do portfólio da Motiva e o foco em operações principais; (ii) maior eficiência fiscal na holding, já que o pagamento em caixa deve permitir uma redução relevante da dívida; e (iii) fortalecimento do balanço, com a relação dívida líquida/EBITDA devendo cair de 3,5 vezes para menos de 3,0 vezes.Recomendações divergentesO BBI reiterou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 19,00 para o fim de 2026, destacando que Motiva segue como uma das principais escolhas do setor de transportes. Segundo o banco, a Motiva negocia atualmente com uma TIR (Taxa Interna de Retorno) real alavancada de 10,6%, 3,2 pontos acima da NTN-B, e a avaliação atual ainda não reflete totalmente o portfólio mais enxuto, maior duração dos contratos, a melhora operacional e o potencial de novos projetos e aditivos. O BTG também manteve recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17, com TIR real estimada em 10%.O Goldman Sachs, por sua vez, manteve recomendação de venda para Motiva, com preço-alvo de R$ 14,30.Já a Genial reiterou classificação neutra e preço-alvo de R$ 18.The post Motiva (MOTV3) vende 20 aeroportos por R$ 11,5 bi: o que representa para as ações? appeared first on InfoMoney.