Morgan projeta Ibovespa a 200 mil pontos em 2026: “segredo do sucesso bem à vista”

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Já de olho em 2026, o Morgan Stanley destacou suas projeções para os mercados acionários latino-americanos, mantendo o Brasil como overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) na região e com uma perspectiva de que o Ibovespa atinja os 200 mil pontos ao final de 2026 (alta de 27% em relação ao fechamento de 157.739 pontos de sexta-feira).“Vemos um caminho claro, porém estreito, para a redução do custo de capital, tanto no cenário base quanto no cenário otimista (mudança de política monetária). De fato, acreditamos que o Brasil pode se tornar um mercado de destaque global em 2026 em termos de redução do custo de capital, o que poderia acelerar a expansão dos múltiplos”, avalia o banco.Os brasileiros entrarão em 2026 com a menor participação no mercado de ações brasileiro de todos os tempos e com algumas das taxas reais mais altas do mundo e da sua própria história. Caso ocorra uma mudança de política monetária, isso pode reequilibrar a economia, avalia o Morgan Stanley, ao traçar as suas projeções para os mercados da América Latina para 2026.O crescimento do investimento pode elevar o potencial de crescimento, permitindo, assim, um crescimento menos inflacionário com taxas de juros mais baixas e, consequentemente, múltiplos mais altos. “O potencial existe e o mercado precificará quaisquer sinais de mudança de política monetária antecipadamente”, aponta a equipe de estratégia do banco americano.Leia tambémIbovespa Hoje Ao Vivo: Confira o que movimenta Bolsa, Dólar e Juros nesta segundaÍndices futuros dos EUA operam mistos Ibovespa em recorde, Wall Street recua e Bitcoin perde força — e agora?Ibovespa completa cinco semanas de alta e renova recorde acima de 158 mil pontos.Para os estrategistas, o ano de 2027 já está precificado em 2026. O ciclo eleitoral começou na Argentina, enquanto Chile e Colômbia serão os próximos, e o Brasil terá eleições no final de 2026, mais precisamente em outubro. “A Colômbia dobrou de tamanho em 2025, apesar dos problemas fiscais. O Chile também antecipou uma mudança de política monetária, com um desempenho muito superior ao esperado. A chave para o Brasil é a austeridade fiscal, e espera-se que seja suficiente para permitir um reequilíbrio para investimentos. 2026 é um ano de transição, mas definirá o tom da direção a ser tomada, e raramente a relação risco-retorno foi tão favorável para o Brasil e a Argentina”, aponta o banco. As ações da América Latina em 2026 provavelmente serão focadas em uma maior redução do custo de capital e, com taxas de juros reais entre 9% e 10% (com a Selic atualmente a 15% ao ano), “nenhum país está melhor posicionado para uma potencial redução do custo de capital do que o Brasil”, avalia o Morgan.“Atualmente, os investidores locais detêm a menor porcentagem de ações em livre circulação da história do Brasil, estimada entre 15% e 20%. Estimamos que US$ 6 a 8 bilhões poderiam ser realocados de investimentos locais para ações em 2026, simplesmente com base na nossa estimativa de reduções de juros locais de 3,50 pontos percentuais”, aponta.“Uma mudança na política monetária brasileira, semelhante a que parece estar em curso nos Andes (e possivelmente no México), poderia aumentar ainda mais a redução do custo de capital e acelerar a expansão dos múltiplos. De fato, acreditamos que o Brasil tem potencial para repetir sua posição como um dos mercados de ações globais com melhor desempenho em 2026 (como ocorreu em 2025). O potencial reequilíbrio do Brasil é o principal catalisador para as ações da América Latina em 2026”, avalia a equipe de estrategistas.O início de um ciclo de afrouxamento monetário no primeiro trimestre de 2026 e uma potencial mudança de política monetária após as eleições presidenciais de outubro de 2026, que desencadeie um reequilíbrio da demanda interna para o investimento, são os dois principais catalisadores de um cenário otimista para as ações brasileiras. A reavaliação dos múltiplos de ações em função de prêmios de risco mais baixos, seguida pela reaceleração do crescimento dos lucros em 2027, sustenta a trajetória de ganhos para as ações, aponta.Por outro lado, avaliam os estrategistas, o cenário pessimista é caracterizado por taxas de juros elevadas por um período prolongado, como resultado de um forte impulso fiscal ao longo de 2026, e pela continuidade da política monetária que mantém a incerteza fiscal em alta. “A compressão dos múltiplos de ações, juntamente com uma potencial recessão nos lucros no final de 2026 e em 2027, representa um risco significativo de queda para os mercados acionários. Embora pareça haver convicção no ciclo de afrouxamento monetário que se avizinha, ainda é muito cedo para ter confiança no resultado das eleições”, destacam os estrategistas do Morgan.O cenário mais otimista para a Bolsa brasileira traçado pelo Morgan é de 240 mil pontos, alta de 52% em relação ao último fechamento. Já o mais pessimista é de 95 mil pontos, queda de 40% em relação ao último fechamento.De qualquer forma, o mercado de capitais brasileiro, avaliado em US$ 1,6 trilhão, é a chave para manter o crescimento, apontam Nikolaj Lippmann e equipe, que assinam o relatório.“Com um índice de investimento/PIB em baixa regional de 17%, apenas 4,5% do mercado de capitais em ações locais (o menor percentual da história) e taxas de juros reais de 10%, o segredo do sucesso está bem à vista“, avaliam os estrategistas.Os brasileiros entrarão em 2026 com a menor participação acionária da história do mercado brasileiro e algumas das taxas de juros reais mais altas do mundo e da história. Caso haja uma mudança na política monetária, esse cenário pode se reequilibrar, avalia. Os brasileiros detêm cerca de 90% da dívida pública e 15% a 20% das ações em livre circulação. O crescimento do investimento pode elevar o potencial de crescimento, permitindo um crescimento menos inflacionário com taxas de juros mais baixas e, consequentemente, múltiplos mais altos. O potencial existe e o mercado precificará quaisquer sinais de mudança de política monetária antecipadamente.Entre outros países, o Morgan mantém posição overweight também em Argentina, além de ter uma posição neutra no México. O banco mantém posição aberta em temas-chave como digitalização Mercado Livre (BDR: MELI34) e Nu Holding (BDR: ROXO34), energia e petróleo, como Petrobras (PETR3;PETR4), Vista, Axia (AXIA3), PRIO (PRIO3) e defesa como Embraer (EMBJ3). Além disso, são underweight (exposição abaixo da média) em consumo. The post Morgan projeta Ibovespa a 200 mil pontos em 2026: “segredo do sucesso bem à vista” appeared first on InfoMoney.