Os estádios italianos são uma vergonha: o alerta da Uefa para a Euro 2032

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Em um tom que não deixa margem para dúvidas, Aleksander Ceferin, presidente da Uefa, não poupou críticas à infraestrutura futebolística da Itália. “Os estádios italianos são uma vergonha”, disparou ele em maio de 2025, durante uma entrevista à SportMediaset, completando que o país tem “de longe a pior infraestrutura entre as principais nações europeias”. Para piorar, Ceferin destacou o contraste com nações menores: “Países pequenos como a Albânia progrediram mais” na construção de arenas modernas. Essas palavras não são mera provocação — elas ecoam diretamente sobre a Euro 2032, co-hospedada pela Itália e pela Turquia, e expõem um problema crônico que ameaça o prestígio do futebol italiano.O contexto da Euro 2032: uma candidatura em riscoTudo começou em outubro de 2023, quando a Uefa anunciou que a Euro 2032 seria realizada na Turquia e na Itália, unindo forças em uma candidatura conjunta após a retirada turca da disputa pelo Euro 2028. A ideia era dividir as 51 partidas entre os dois países, com cada um responsável por cinco estádios principais.No entanto, enquanto os turcos avançam a passos largos — com nove de dez arenas já em conformidade com os padrões da Uefa, graças a um ambicioso projeto nacional de construções nos últimos 20 anos —, a Itália patina. A infraestrutura italiana é considerada a mais precária entre as grandes potências europeias. Estádios obsoletos, como o lendário San Siro (estádio Giuseppe Meazza), em Milão, perderam recentemente o direito de sediar a final da Champions League, um sinal alarmante de que as coisas estão no fundo do poço.Dos dez estádios propostos pela Federação Italiana de Futebol (FIGC), apenas o Allianz Stadium, da Juventus, em Turim, atende aos requisitos da Uefa até o momento. Outros, como os de Bergamo e Udine, mostram algum progresso, mas o resto é descrito como em “estado comatoso” por executivos italianos.A pressão é enorme: a Itália precisa entregar uma lista de cinco estádios prontos (ou com obras financiadas e aprovadas) até março de 2027 — um prazo estendido recentemente pela Uefa mas ainda assim apertado. Se falhar, todas as partidas podem ser transferidas para a Turquia, transformando o que seria uma celebração compartilhada em uma “catástrofe nacional”, como alertam alguns. Recentemente, até a Rússia — suspensa pela Uefa desde a invasão da Ucrânia — flertou com a ideia de substituir a Itália como anfitriã, o que adiciona uma camada de ironia e urgência ao debate.Burocracia e investimentos: o calcanhar de Aquiles da ItáliaO que trava o progresso? A resposta é unânime: burocracia. Investidores e dirigentes da Serie A reclamam que normas municipais, disputas políticas e entraves regulatórios cancelam ou atrasam projetos de modernização há anos. Clubes como Milan, Inter e Roma sonham com arenas novas, mas enfrentam um ciclo vicioso: estádios antigos geram menos receita (os clubes italianos faturam 40% menos em dias de jogo que os da Premier League), o que limita investimentos em melhorias.A diretoria da Liga Italiana admite a gravidade. “Estou realmente preocupado com a Euro 2032”, confessou um alto executivo em agosto de 2025, ecoando Ceferin e pedindo ação imediata do governo. Gabriele Gravina, presidente da FIGC e vice de Ceferin na Uefa, é visto como o homem-chave para coordenar esforços, mas até ele reconhece que o tempo urge. Ceferin, apesar das críticas duras, mantém um otimismo cauteloso: “Não estou preocupado ainda. Confio na Itália, mas as ações precisam começar agora”.O contraste com a glória desportiva: uma liga de elite em estádios de outroraA ironia é ainda mais gritante quando se considera o ranking da Uefa. A Serie A é classificada como a segunda melhor liga da Europa, atrás apenas da Premier League, graças ao desempenho impressionante dos clubes italianos nas competições continentais nos últimos cinco anos — com vitórias em Champions League, Europa League e Conference League. Times como Inter, Milan e Napoli brilham em campo, mas, fora dele, o contraste com arenas decadentes mancha a imagem do país que inventou o calcio. Siga o canal da Jovem Pan Esportes e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Hora de agir: uma oportunidade para a Renascença ItalianaA Itália tem tempo — cerca de seis anos até o torneio —, mas precisa de ações concretas: um plano nacional de renovação, com apoio governamental, parcerias público-privadas e desburocratização urgente. Como Ceferin bem colocou, “é inaceitável, especialmente com a Euro 2032 no horizonte”. Se o país reagir, essa crise pode se transformar em legado: estádios modernos que impulsionem a economia, atraiam turismo e elevem o futebol italiano a um novo patamar.O futebol é paixão na Itália, mas paixão sem estrutura é como um jogo sem gol. Hora de chutar para a rede — e rápido. O que você acha? A Itália vai conseguir virar o jogo a tempo? Deixe seu comentário abaixo! Leia também Benfica: o padrão de democracia que o futebol brasileiro inveja Fontes: Baseado em relatos recentes da AP News, Football Italia e Wikipedia (atualizado em novembro de 2025).