Um agrupamento de manchas solares estava particularmente “furioso” nos últimos dias. A região ativa AR4274 produziu dezenas de erupções, entre elas, a mais violenta de 2025, que impactou a Terra na terça-feira (11). Após uma aparente “trégua”, o ponto voltou a se agitar, gerando uma explosão X4 na sexta (14). Conforme o previsto, o material disparado por esse evento – o segundo mais forte do ano – atingiu a Terra “de raspão” no início da madrugada de domingo (16), à 1h da manhã (pelo horário de Brasília). O grupo de manchas solares AR4274 produziu esta explosão de classe X (categoria mais forte) na manhã desta sexta-feira (14), menos de 72 horas depois de desencadear a erupção mais poderosa de 2025. Crédito: NOAA/GOESO planeta já está fora da mira dessa mancha solar, que acaba de se virar para o lado invisível do Sol, onde transitará nas próximas duas semanas.Vamos entender:O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas na superfície, que representam concentrações de energia;À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam jatos de plasma e campos magnéticos (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME) e partículas carregadas de radiação para fora da estrela;As explosões são classificadas em um sistema de letras – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;A classe X denota os clarões de maior intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;Um X2 é duas vezes mais forte que um X1, um X3 é três vezes mais forte, e, assim, sucessivamente;Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.Mancha solar só mudou de alvoDe acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, a CME que impactou a Terra tangencialmente no domingo não provocou uma tempestade geomagnética.Embora a mancha solar já tenha se afastado da nossa visão e a atividade geral do Sol tenha diminuído, o clima espacial permanece em movimento.Animação mostra a imensa região AR4274 desde que foi vista pela primeira vez, por volta de 1º de novembro, até sua recente saída do lado do Sol voltado para a Terra em 15 de novembro. Crédito: NASA/SDO e JHelioviewer via EarthSky.orgSegundo o guia de observação EarthSky.org, mesmo não estando mais apontada para a Terra, a mancha solar AR4274 continua explodindo. Ela foi a responsável por todas as 20 CMEs fracas e moderadas lançadas pelo Sol no período entre a noite de sábado (14) e a de domingo, mostrando que ela ainda tem muita “munição” – só está “disparando” para outra direção.Leia mais:Explosão solar recorde afeta astronautas na estação espacialSonda revela primeira imagem do campo magnético do Sol em movimentoTornados magnéticos representam nova ameaça do clima espacial à TerraNão é só o Sol: estrela próxima é flagrada lançando jato de plasma para o espaçoUm artigo publicado semana passada na revista Nature relata a primeira observação de uma estrela relativamente próxima lançando ao espaço um fluxo de plasma conhecido como ejeção de massa coronal (CME), fenômeno semelhante ao liberado pelas explosões que ocorrem no Sol. A detecção, feita com a sonda espacial XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), e o radiotelescópio LOFAR (rede de antenas distribuídas pela Europa), marca um avanço importante na astronomia: é a primeira confirmação direta de que outras estrelas também podem produzir esse tipo de erupção. Saiba mais aqui.O post Último disparo de mancha solar em fúria contra a Terra atinge o planeta “de raspão” apareceu primeiro em Olhar Digital.