Bangladesh pediu nesta segunda-feira (17) à Índia a extradição da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina e do ex-ministro do Interior Asaduzzaman Khan Kamal, ambos condenados à morte por seu papel na repressão aos protestos estudantis do ano passado.Dhaka afirmou que Nova Délhi é obrigada a fazê-lo em virtude de um tratado de extradição. Hasina, que fugiu após os violentos protestos estudantis do ano passado, está na Índia desde então.Um tribunal de Bangladesh condenou Hasina concluindo um julgamento que durou meses e que a considerou culpada por crimes contra a humanidade. Saiba quem é Sheikh Hasina, ex-premiê condenada à morte em Bangladesh Ex-premiê de Bangladesh é condenada à morte por crimes contra a humanidade Incêndio em fábrica de roupas deixa ao menos 16 mortos em Bangladesh Antes do veredito, Hasina rejeitou as acusações e questionou a imparcialidade do processo, afirmando que a condenação era “uma conclusão inevitável”.O clima em Bangladesh era de tensão antes da sentença, com pelo menos 30 explosões de bombas caseiras e 26 veículos incendiados em todo o país nos últimos dias. Não houve vítimas.Acredita-se que cerca de 1.400 manifestantes tenham sido mortos e até 25 mil tenham ficado feridos durante as semanas de protestos em 2024, segundo o tribunal.Hasina enfrentou cinco acusações relacionadas principalmente à incitação ao assassinato de manifestantes, à ordem de enforcamento de manifestantes e à ordem de uso de armas letais, drones e helicópteros para reprimir os protestos.A ex-premiê permanece em exílio autoimposto na Índia, para onde fugiu no ano passado, e não compareceu ao tribunal em Dhaka, capital de Bangladesh.A ex-líder governou a nação do sul da Ásia com mão de ferro de 2009 até sua destituição em 2024, e teme-se que o veredito desta segunda-feira (17) possa desencadear uma onda de caos político antes das eleições nacionais previstas para fevereiro do próximo ano.