2º dia do Enem 2025 tem nível médio de dificuldade: matemática aposta em enunciados longos e física surpreende com logaritmo

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Movimentação de candidatos no segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Universidade de Fortaleza (CE), neste domingo (16). Os candidatos devem responder questões de ciências da natureza e matemática.Caio Rocha/Estadão ConteúdoA prova do segundo dia do Enem 2025 manteve o padrão dos últimos anos** e foi classificada pelos professores como de nível médio de dificuldade (em alguns momentos, médio para difícil), de acordo com professores e coordenadores de cursinhos ouvidos pelo g1. O exame foi descrito como equilibrado, acessível e com boa distribuição de conteúdo.Em comparação com edições anteriores, o volume de textos esteve reduzido, com enunciados "mais objetivos". Professores destacaram também a ausência — com exceção de Matemática — daqueles textos longos que costumam servir de base para várias questões.Na disciplina de Matemática, houve presença de enunciados extensos e cansativos, apesar de as questões serem, no geral, de nível fácil a médio. A prova trouxe ainda forte contextualização, especialmente em situações do cotidiano como o custo para tirar a CNH e o uso de jogos digitais. Em Ciências da Natureza, a contextualização apareceu em todos os itens, sempre com foco em como aplicar conceitos no dia a dia.Veja os vídeos que estão em alta no g1MatemáticaA prova foi considerada "sem grandes surpresas", equilibrando raciocínio lógico, interpretação de gráficos e resolução de equações. Conteúdos e tendências: Entre os assuntos recorrentes, apareceram razão e proporção, porcentagem, funções e estatística. Os professores também destacaram a presença de várias questões envolvendo poliédros — inclusive Johnson e Arquimedes —, além de itens com foco em gamificação e programação. Uma novidade foi a cobrança de noção básica de R3, exigindo visão espacial e entendimento de localização. Nível de dificuldade: A prova foi avaliada como mais difícil que a do ano passado. Questões de trigonometria, geometria analítica e logaritmo podem ter sido um ponto de travamento para muitos estudantes, embora o item de logaritmo, em si, fosse simples. Houve ainda uma questão de geometria espacial que pedia a comparação de volumes entre um prisma e um cilindro."Chamou atenção o forte investimento em contextualização: praticamente todas as questões partiram de situações do cotidiano", analisa Raul Celestino de Toledo, coordenador pedagógico do Poliedro Curso.Ciências da Natureza Professores identificaram um reforço na presença de temas ambientais e atuais, explícitos em pelo menos cinco questões e presentes de forma indireta em outras.FísicaConteúdos e tendências: o eixo central da prova foi formado por Mecânica e Eletricidade/Eletrodinâmica, mantendo a tradição do exame. Três questões de eletrodinâmica chamaram atenção, com situações envolvendo circuitos elétricos e dispositivos do cotidiano, como disjuntor e régua elétrica.A prova ainda trouxe contextualizações específicas, como fototerapia para recém-nascidos com icterícia e um fenômeno de ressonância ilustrado por uma tirinha da Turma da Mônica.Nível de dificuldade: A avaliação geral é de que a prova foi objetiva e com cálculos pouco complexos, mas exigiu habilidade de análise de gráficos. Entre os itens mais difíceis, apareceram aqueles envolvendo velocidade resultante em eixos tridimensionais e a questão sobre a velocidade de um avião em relação ao ar.Segundo o professor Caio Britto, do Colégio e Sistema pH, uma questão abordou "nível de intensidade sonora", com fórmula envolvendo logaritmo. Ele disse que não se lembrar de o tema ter aparecido antes no Enem.BiologiaConteúdos e tendências: Na área da saúde, apareceram temas como vacinas (processos de produção e imunização artificial ativa), esquistossomose, intoxicação alimentar e deficiência de vitamina A. Os itens mais desafiadores envolveram fotossíntese oxigênica e digestão do colesterol — exigindo que o aluno distinguisse lisossomos de retículo endoplasmático. Outra questão considerada mais “conteudista” tratou de uma glândula específica em aves.Nível de dificuldade: A prova manteve o padrão tradicional e foi considerada de nível fácil a médio, com textos curtos e diretos. Ecologia foi novamente o eixo mais forte, com questões sobre biomas (deserto, caatinga e cerrado), poluição, ciclos biogeoquímicos, eutrofização e mitigação do efeito estufa. "Acredito que o nível de dificuldade reduziu, comparada a prova dos últimos dois anos. A prova de Biologia não foi surpreendente. Achei ela bem tranquilo, com assuntos habituais que trabalhamos em sala de aula", avalia Rafael Luz, professor de Biologia do Elite Rede de Ensino.Química Conteúdos e tendências: Um destaque foi o grande número de itens envolvendo água, tanto em processos de purificação (como o uso de carvão ativado e filtros) quanto na discussão de poluentes, como hormônios. A questão mais incomum exigiu nomenclatura sistemática de forma seca, algo atípico no padrão do Enem.Nível de dificuldade: A prova de Química foi descrita como de fácil para médio, extremamente objetiva e direta. Houve poucas contas — cerca de três questões — e a cobrança se concentrou em conteúdos tradicionais, como estequiometria, usina nuclear, equilíbrio, eletroquímica, radioatividade e interações intermoleculares. "As questões trouxeram temas relevantes do cotidiano, com uma abordagem didática consistente. Os itens de maior complexidade, como previsto, envolveram cálculos estequiométricos e alcoóis", analisa Mariana Assiria, professora de Química do Bernoulli Educação.