Jovens da Escola Municipal de Ensino Fundamental Virgilio de Mello Franco, no Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, já estão acostumadas a debater os efeitos das mudanças climáticas.Localizada na beira do Rio Tietê, a área fica onde justamente o rio corre devagar e faz curvas. Em agosto deste ano, a região viveu o momento mais crítico, quando foi totalmente tomada pela água. Os alunos da escola criaram o Comitê Infantojuvenil do Jardim Pantanal, que reúne estudantes para debater temas estruturais da região e discutir pautas como racismo ambiental e a importância da água para o planeta. Leia Mais Cientistas alertam que meta do Acordo de Paris "não é mais plausível" CNN na COP30: "Ponto de Equilíbrio" é o foco do Brasil durante a Cúpula Clima põe em risco um em cada 12 hospitais no mundo Os debates foram base para que os alunos criassem uma MiniCOP, em parceria com o Instituto Alana, organização sem fins lucrativos da região.“As crianças são parte da solução, a gente acredita que eles têm a criatividade, a energia e todas as possibilidades dentro do imaginário infantil e que ajudam a gente a buscar soluções alternativas”, disse Leila Verndrametto, diretora de natureza do Instituto Alana.O evento aconteceu em junho e contou com atividades e pintura, quebra-cabeça, palestras e rodas de conversa. Os alunos fizeram credenciais para participar de atividades em uma “zona verde” na brinquedoteca, e uma “zona azul”, na biblioteca.“A gente percebe que as crianças, desde as mais pequenininhas, têm abertura grande para as coisas que a gente propõe para elas […] Quanto mais cedo a gente falar para eles sobre essa questão do nosso tempo mais vai ser possível que essa geração que está chegando agora se conscientize e possam ser agentes de mudança”, disse o diretor da escola, Edilson da Silva Cruz.O grupo de alunos criou um conjunto de sugestões para a região que foi entregue à Subprefeitura de São Miguel Paulista. O documento incluía a ideia de ampliação de pontos de coleta seletiva e maneiras de lidar com as enchentes que atingem o bairro.“Espero que nos próximos anos tenha muitas MiniCOPs e que com esse ensinamento, passado de geração em geração, nosso mundo fique menos poluído”, comentou a aluna Laura Nascimento, de 11 anos, que faz parte do Comitê.“Não é escolha, é sobrevivência”: COP30 lança apelo por adaptação climática | CNN 360°Professor de SP vence prêmio com projeto sobre racismo ambiental