Vômito fossilizado revela nova espécie de pterossauro que viveu no Brasil

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Um vômito de dinossauro fossilizado encontrado na região da Chapada do Araripe, na região Nordeste do Brasil, revelou uma nova espécie de pterossauro, um réptil voador que viveu há mais de 66 milhões de anos. A descoberta foi publicada no dia 10 de novembro na revista Scientific Reports, da Nature.A nova espécie foi batizada de Bakiribu waridza gen. et sp. nov. e, segundo os pesquisadores, pertence ao grupo Ctenochasmatinae, caracterizado por dentes finos. O fóssil foi encontrado em uma “concreção” (bloco de rocha calcária) que contém restos do pterossauro e vários peixes bem preservados. Leia Mais Neandertais podem nunca ter sido realmente extintos, revela estudo Cascas de ovos explicam como crocodilos pré-históricos caçavam em árvores Lesões de acasalamento podem ajudar a identificar sexo de dinossauros A descoberta é importante porque, até então, não havia registro confirmado de pterossauros do grupo Ctenochasmatinae vivendo em latitudes tropicais de Gondwana, o antigo supercontinente que incluía a América do Sul.Segundo pesquisadores, a nova espécie possui características únicas, como mandíbula longa e uma grande densidade de dentes finos: entre 110 e 142 por lado da mandíbula. Esses traços posicionam o Bakiribu como espécie-irmã de Pterodaustro guinazui, anteriormente conhecida na Argentina.Além disso, esses pterossauros se alimentavam por filtragem, uma técnica em que os dentes funcionam como peneira para capturar organismos pequenos ou partículas.O vômito fossilizado sugere que o pteurossauro foi consumido por um predador maior, junto com peixes, e depois seus restos foram regurgitados, permitindo observar uma “cadeia alimentar” antiga.“Essa descoberta traz dados cruciais para a compreensão da dispersão biogeográfica e da especialização ecológica dentro da subfamília Ctenochasmatinae durante o Cretáceo Inferior, e oferece evidências raras de interações predador-presa no paleoecossistema da Formação Romualdo [unidade geológica da Bacia do Araripe]”, escrevem os autores do estudo.Os pesquisadores também afirmam que a descoberta “lança nova luz sobre a trajetória evolutiva dos pterossauros filtradores”.Dinossauro do tamanho de um cão é identificado a partir de fóssil raro