Lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central (BC), o Pix celebra cinco anos de operação neste domingo (16/11). O sistema de pagamentos Pix transformou profundamente a forma como brasileiros transferem dinheiro, impulsionando a digitalização financeira, a inclusão e a eficiência dos pagamentos.Segundo o BC, o Pix movimentou R$ 15 trilhões apenas no primeiro semestre de 2025. Foram 36,9 bilhões de operações no período — o equivalente a 50,9% de todas as transações realizadas no país. O número representa um avanço de 27,6% nas transações deste tipo em relação ao mesmo intervalo do ano anterior.Até maio de 2025, o sistema já era utilizado por 167,5 milhões de pessoas e 20,1 milhões de empresas, segundo relatório de oportunidades da autoridade monetária. Leia também Economia Pix movimenta R$ 15 trilhões no 1º semestre, informa Banco Central Na Mira Como Pix de R$ 1 mil revelou esquema criminoso de R$ 2,6 milhões Brasil Dino cobra da União dados de empresas do Perse que tiveram emendas Pix Distrito Federal Ataque hacker que desviou R$ 813 milhões do Pix partiu de hotel de luxo no DF O Banco Central informou que, entre as transações processadas pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), 45% ocorreram entre pessoas físicas e 42,1% entre consumidores e empresas. Apenas 12,5% envolveram pagamentos de empresas e 0,4% incluíram entes do governo.O uso do Pix também começa a substituir saques em dinheiro. O Pix Saque, por exemplo, cresceu 36,2% desde o início da operação e chegou a 7,7 milhões de transações no primeiro semestre de 2025.Os impactos econômicos são multifacetados. Do ponto de vista da inclusão financeira, o Pix facilitou o acesso a pagamentos digitais para milhões de pessoas e pequenas empresas, reduzindo a dependência de dinheiro físico e simplificando a movimentação financeira diária. Isto também abriu oportunidades para as instituições financeiras.“Isso permitiu às instituições, para começar obterem novos clientes. […] Como permitiu também que, em conhecendo a vida financeira das pessoas, a instituição pudesse oferecer um produto de investimento, um produto de seguro, de crédito”, afirmou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do Banco Central, Renato Dias De Brito Gomes.Já na esfera de eficiência, o uso massivo da ferramenta contribui para a redução de custos operacionais para bancos e instituições financeiras, além de acelerar a circulação de recursos na economia.No entanto, o crescimento acelerado também acarreta riscos. A segurança segue sendo uma preocupação central para o Banco Central: fraudes e golpes via Pix motivaram o aperfeiçoamento dos mecanismos de proteção, especialmente em transações que partem de aparelhos não previamente cadastrados.Principais golpes envolvendo PixEngenharia social: criminosos se passam por atendentes da instituição financeira, dizem ter identificado “movimentações suspeitas” na conta e convencem a vítima a fazer um Pix “de segurança” ou compartilhar senhas e códigos.Contas laranja e “contas de passagem”: bandidos usam CPFs alugados ou roubados para abrir contas digitais que servem apenas para receber valores de golpes. Essas contas são fechadas rapidamente, dificultando rastreamento.Golpe do falso atendimento via WhatsApp: golpistas clonam ou imitam o número de amigos, familiares ou empresas para pedir transferências urgentes.Perfil falso em marketplaces e redes sociais: criminosos anunciam produtos inexistentes, recebem o Pix e desaparecem.Sequestro-relâmpago com Pix: criminosos rendem a vítima e exigem transferências imediatas. Como o Pix é instantâneo, o prejuízo ocorre antes de qualquer possibilidade de bloqueio.Pix automáticoObrigatório desde outubro, o Pix Automático permite que o usuário autorize pagamentos periódicos para empresas e prestadores de serviços, por meio da nova ferramenta, o cliente autoriza os pagamentos uma única vez, com os débitos ocorrendo automaticamente na conta do pagador.Segundo estimativas do BC, a modalidade deve aumentar a inclusão financeira do país, beneficiando até 60 milhões de brasileiros que não têm cartão de crédito.De acordo com o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, o Pix automático está substituindo o boleto. “O Pix, por ser essa infraestrutura pública que dá igualdade de condições a todos os participantes do sistema de pagamentos brasileiro, permite ao país dar um salto de eficiência, passamos a nos comportar de uma maneira muito menos custosa e muito mais inclusiva depois do Pix”, disse Gomes.