No segundo semestre de 2025, o cenário judicial brasileiro passou por uma transformação significativa devido a uma norma estabelecida pelo ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Este ajuste normativo, divulgado pela revista Veja, alterou radicalmente o modo como as informações processuais eram acessadas pelo público, suscitando debates sobre a transparência e o acesso à justiça. Barroso já não faz mais parte do STF desde outubro, contudo, a norma que ele implementou continua vigente, moldando o fluxo de informação disponível ao público.Reestruturação do Acesso a Processos JudiciaisA resolução, implementada em julho de 2025, introduziu uma nova estrutura de tramitação eletrônica no STF, que categoriza os dados processuais em cinco diferentes níveis de proteção. Esses níveis variam entre público, segredo de Justiça, até três graduações adicionais conhecidas como moderado, padrão e máximo. Esta iniciativa visava reordenar o acesso às informações, mantendo a confidencialidade de casos mais sensíveis, ao mesmo tempo que suscitou críticas pela potencial barreira ao direito de informação dos cidadãos.A decisão de implementar tais níveis de proteção se alinha com uma tendência global de proteção de dados pessoais e segurança da informação, refletindo a crescente preocupação com a privacidade no ambiente digital. No entanto, críticos apontam que o ajuste restringe drasticamente o acesso a informações que anteriormente eram acessíveis, o que pode prejudicar a accountability do sistema judiciário e a capacidade de fiscalização pela sociedade.Impacto das Mudanças no Acesso PúblicoA nova normativa impactou principalmente investigações antigas e processos que, até então, estavam mais acessíveis ao público. A consulta às movimentações processuais, disponíveis anteriormente diretamente no site do STF, foi significativamente reduzida. Essa mudança é particularmente notória em inquéritos que antes exibiam todos os seus trâmites de forma pública, levantando preocupações sobre a redução na transparência dos processos judiciais de interesse público.De acordo com especialistas na área de direito e transparência pública, essa restrição pode comprometer o entendimento da população sobre o funcionamento do sistema judiciário e a credibilidade das decisões tomadas. O acesso restrito impede que jornalistas, pesquisadores e cidadãos acompanhem de perto a evolução de casos que exigem accountability ou que tenham significância histórica e social. Um argumento frequente contra a resolução é que ela favorece a opacidade em um momento em que a transparência é essencial para a construção de um Judiciário mais confiável.Reação do Público e Implicações FuturasA normativa gerou ampla repercussão entre diversos setores da sociedade, incluindo advogados, jornalistas e ativistas de direitos civis. Muitos clamam por uma revisão da regra, defendendo a necessidade de um equilíbrio melhor entre confidencialidade e transparência. O diálogo em torno dessa reformulação pode conduzir a ajustes futuros, que levem em consideração tanto a proteção de dados sensíveis quanto o acesso à informação por parte da população.Alguns analistas sugerem que a nova gestão do STF, após a saída de Barroso, poderia considerar alternativas que restabeleçam o acesso às informações processuais sem comprometer a proteção de dados. Isso poderia incluir a adoção de tecnologias que permitam um gerenciamento mais granular dos dados acessíveis, ao mesmo tempo que protegem informações particularmente sensíveis.Questões FrequentesPor que foi necessário restringir o acesso a informações no STF?As restrições visam proteger dados pessoais e confidenciais, alinhando-se a normas globais de privacidade e segurança da informação, e resguardar processos sensíveis que requerem sigilo.Como a restrição influenciou a cobertura jornalística sobre processos judiciais?Jornalistas têm encontrado mais dificuldades em acompanhar a tramitação completa de processos, o que pode limitar reportagens investigativas e a cobertura de casos importantes.O que poderia ser feito para balancear transparência e proteção?Uma possibilidade seria a implementação de uma gestão mais refinada dos níveis de acesso, permitindo maior flexibilidade na divulgação de informações não confidenciais, enquanto se protege adequadamente aquelas mais sensíveis.O post STF passa por mudança na regra de sigilo processual realizada por Barroso antes de sua saída apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.