O Pix conquistou o Brasil ao longo de seus cinco anos de vida. Cerca de 75% dos brasileiros (mais de 161 milhões de pessoas físicas) estão cadastrados no meio de pagamento. Os números não mentem: são mais de 901 milhões de chaves cadastradas e só em outubro de 2025 foram mais de 7 bilhões de transações e mais de R$ 3,3 trilhões movimentados – cerca de um terço do PIB brasileiro consolidado de 2024.E considerando os valores anuais, só no ano passado o Pix movimentou cerca de R$ 26,3 trilhões – o que representa quase duas vezes o PIB do país no mesmo período. Disparado hoje o Pix é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo os dados mais recentes do Banco Central.Confira:Meio de pagamentoQuantidade de pagamentos no 2º trimestre de 2025Pix 19.385.613Cartões (débito, crédito e pré-pago)12.632.264Cobranças (boletos, convêni, débito direto)4.456.372Saques603.995Transferências intrabancárias 524.658Transferências interbancárias (TED, DOC e TEC)191.105Cheques 35.801Em setembro deste ano, o Pix bateu mais um recorde ao registrar 290 milhões de transações em apenas 24 horas e volume financeiro também foi inédito ao somar R$ 164,8 bilhões no mesmo dia.O Pix também tem um papel muito importante na bancarização do Brasil – impulsionada em meio à pandemia. Segundo dados do BC, em outubro de 2020 cerca de 177 milhões de pessoas tinham ao menos um relacionamento vigente com uma instituição financeira, enquanto até novembro de 2025 o número sobe para 204 milhões. Uma pesquisa da FGV analisou mais de 5 mil municípios entre 2020 e 2024 e mostra que o aumento de 1% na intensidade de uso do Pix resulta em 0,77 novas contas por 1.000 adultos.RecursosAo longo do tempo, o BC foi implementando uma série de novas funcionalidades ao Pix. Relembre algumas:Pix CobrançaPix AutomáticoPix por aproximaçãoPix AgendadoPix Saque e Pix TrocoPix e Open FinanceBotão de contestação no MEDPix ParceladoDesafios Entre os vários desafios que o meio de pagamento enfrentou ao longo desses anos, a segurança sempre esteve nos holofotes. O BC, idealizador do projeto, vem cada vez mais tentando fechar eventuais brechas que possibilitem prejuízos através do meio de pagamento. O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, afirmou que a autarquia tem tomado muitas medidas para reforçar a segurança do Pix, de modo a preservar a reputação do arranjo.“O bem mais valioso de um arranjo de pagamentos é a sua reputação, a percepção de que ele é confiável, de que as pessoas podem usar com tranquilidade. Então, isso é muito caro para o Banco Central. O BC tem realmente devotado muita energia para preservar esse importante ativo do arranjo”, disse o diretor. Medidas recentes adotadas pela autarquia, como a exigência de que as informações de um titular associado a uma chave-Pix coincida com o cadastro na Receita Federal e o limite de R$ 15 mil para transações via Pix em instituições financeiras não autorizadas são exemplos disso. O diretor do BC afirmou que a autarquia está trabalhando em novas medidas para aumentar a segurança do Pix. Entre elas, citou que o BC pretende definir o que é objetivamente uma “fundada suspeita de fraude”.Novas medidas Diante disso, o BC anunciou um pacote de medidas que muda as regras do sistema de pagamentos instantâneos e pressiona fintechs e prestadores de tecnologia a se regularizarem rapidamente.Segundo especialistas ouvidos pelo InfoMoney, para a maioria das pessoas nada vai mudar na hora de fazer uma transferência pelo Pix. Os novos limites de R$ 15 mil por operação atingem apenas as instituições de pagamento ainda não autorizadas pelo Banco Central ou que funcionam com infraestrutura terceirizada (os chamados PSTIs). Se a pessoa faz suas transações em bancos tradicionais ou fintechs já autorizadas, poderá continuar movimentando valores normalmente.Para o usuário final, pouco muda no dia a dia: o limite de R$ 15 mil por operação é uma medida preventiva, especialmente após a recente Operação Carbono Oculto, que revelou que fintechs foram usadas como ‘bancos paralelos’ para lavagem de dinheiro e pulverização de recursos ilícitos, conforme especialistas.E o Pix Internacional? O Banco Central apoia com entusiasmo as soluções que o mercado está desenvolvendo para a internacionalização do Pix – há uma série de iniativas privadas na tentativa de replicar a forma para pagamentos internacionais. A autarquia tem expectativa que outras soluções surjam, possivelmente incluindo a integração do Pix com outros sistemas de pagamento.Segundo Gomes, essa é uma avenida que o BC tem acompanhado com muita atenção e que certamente irá se fazer presente nos próximos anos.The post 5 anos de Pix: na mão de 75% dos brasileiros e já movimenta quase 2x o PIB do país appeared first on InfoMoney.