A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou recentemente sua atuação no combate a produtos alimentícios irregulares. O órgão, essencial para garantir a segurança alimentar no Brasil, tomou medidas severas contra três itens amplamente comercializados: o azeite extra virgem Ouro Negro, o sal do Himalaia moído da Kinino e o popular “chá do milagre”.Por que o azeite Ouro Negro foi interditado?O azeite Ouro Negro foi alvo de apreensão após investigações apontarem uma origem indefinida e importadora com CNPJ suspenso. A empresa Intralogística Distribuidora Concept Ltda., responsável pela importação, encontra-se com cadastro inativo na Receita Federal, o que levanta suspeitas quanto à autenticidade do produto.Com base nas informações, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) desclassificou o azeite, e a Anvisa aplicou medidas de bloqueio total, proibindo sua distribuição, venda e publicidade no Brasil.Mulher segurando azeite para compras – Créditos: depositphotos.com / nazariykarkhutQuais os perigos do consumo de sal com baixo teor de iodo?A Anvisa também suspendeu 13 lotes de sal rosa do Himalaia moído, embalagem de 500g, da marca Kinino. Os testes realizados pelo Instituto Adolfo Lutz detectaram teor de iodo abaixo do permitido, o que fere as normas sanitárias brasileiras.A iodação do sal é uma política pública fundamental para prevenir distúrbios como bócio e atrasos no desenvolvimento cognitivo em crianças. O recolhimento voluntário por parte da fabricante, H.L. do Brasil Indústria e Comércio, foi visto como uma postura responsável diante do problema.“Chá do milagre”: como as redes sociais alimentam o riscoO chamado “chá do milagre”, conhecido por promessas de emagrecimento e melhora na saúde mental, foi banido pela Anvisa. Sem composição definida, registro ou fabricante identificado, o produto se popularizou graças à divulgação massiva em redes como Instagram e Facebook.A agência destacou que produtos com alegações terapêuticas não comprovadas não podem ser comercializados como alimentos ou suplementos. Isso representa um risco duplo: engano ao consumidor e ausência de qualquer controle de qualidade.Imagem da Anvisa em celular ao lado da seringa – Créditos: depositphotos.com / BrendaRochaBlossom / @dracristianemartinComo a Anvisa enfrenta o desafio de fiscalizar produtos irregulares?A atuação da Anvisa mostra o esforço diário para garantir que somente produtos seguros e legais sejam disponibilizados ao consumidor brasileiro. A fiscalização envolve desde auditorias e testes laboratoriais até parcerias com órgãos internacionais.A agência tem investido em tecnologias de rastreamento e inteligência sanitária, o que permite respostas mais ágeis em casos suspeitos. Ainda assim, o volume de produtos ilegais e a facilidade de divulgação nas redes sociais impõem desafios constantes.O silêncio das empresas levanta preocupaçõesAté o momento, as empresas citadas nos casos de interdição não se pronunciaram publicamente. A ausência de posicionamento por parte dos fabricantes do azeite Ouro Negro, do sal da Kinino e do “chá do milagre” reforça a necessidade de maior transparência no setor.O consumidor precisa estar informado não apenas pelas autoridades, mas também pelas marcas. A comunicação eficiente e clara é parte do compromisso com a saúde pública.Evite produtos com origem duvidosa ou sem registro na Anvisa.Desconfie de promessas terapêuticas sem base científica.Denuncie irregularidades ao canal 0800 642 9782 da Anvisa.FAQ: O que você precisa saber sobre os produtos interditadosJá comprei um produto proibido. O que devo fazer?Interrompa imediatamente o consumo e procure o estabelecimento para devolução. Também é possível acionar a Anvisa.O sal do Himalaia com pouco iodo é perigoso?Sim. A deficiência de iodo pode causar problemas graves na tireoide e no desenvolvimento infantil.Posso confiar em produtos divulgados nas redes sociais?Nem sempre. Verifique se há registro, composição clara e fabricante identificado. Produtos com promessas exageradas devem ser evitados.Essas proibições valem em todo o Brasil?Sim. Todas as decisões da Anvisa têm abrangência nacional e devem ser cumpridas por fabricantes e comerciantes.As empresas podem voltar a vender os produtos?Se corrigirem as irregularidades e forem reavaliadas pela Anvisa, sim. Mas precisam cumprir rigorosamente as exigências legais.O post Anvisa proíbe produtos comuns de casa que podem fazer mal à saúde apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.