Enquanto Bolsonaro era preso, Lula mandava recados a Trump no G20

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Joanesburgo — Enquanto a Polícia Federal (PF) prendia Jair Bolsonaro em Brasília, o presidente Lula fazia seu primeiro discurso na cúpula do G20, neste sábado (22/10), na África do Sul, com uma série de recados ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.A primeira indireta de Lula foi às ameaças de Trump de invadir a Venezuela. Sem citar o governo americano, Lula disse que “os históricos problemas sociais e econômicos da América Latina e do Caribe não serão solucionados mediante a ameaça do uso de força.”“Sem atender às demandas dos países em desenvolvimento não será possível restabelecer o equilíbrio global, nem assegurar prosperidade que seja sustentável no longo prazo. A desigualdade extrema representa um risco sistêmico para todas as economias”, disse o petista.Ainda sem citar o presidente americano, Lula também mandou uma indireta ao chefe da Casa Branca, ao criticar o “protecionismo e unilateralismo”. Para o petista, “nenhum país tem condições de prosperar em isolamento” e as soluções estão no diálogo entre os países.“O protecionismo e o unilateralismo ressurgem como respostas fáceis e falaciosas para a complexidade da realidade atual. Seus efeitos exacerbam os problemas que enfrentamos. O próprio funcionamento do G20 como instância de diálogo e coordenação está ameaçado. É preciso preservar a capacidade deste fórum de tratar os grandes temas da atualidade. Se não formos capazes de encontrar caminhos dentro do G20, não será possível fazê-lo em um mundo conflagrado”, disse Lula. Leia também Igor Gadelha Lula desembarca na África para cúpula do G20 boicotada por Trump Igor Gadelha Celso Amorim: Trump não quer que grandes coisas saiam na África do Sul Igor Gadelha O convite de Lula ao presidente da África do Sul Igor Gadelha Lula se reunirá com chanceler alemão no G20 dias após crítica a Belém Trump não compareceu à cúpula, nem enviou representante de alto escalão. O americano também atua contra divulgação de uma declaração final dos líderes do G20, sob o argumento de que discorda das prioridades da África do Sul à frente da presidência do bloco.O país sul-africano está à frente do G20 desde dezembro de 2024 e conduz os trabalhos do grupo sob o lema “Solidariedade, Igualdade e Sustentabilidade”, com quatro prioridades:Fortalecimento da resiliência e capacidade de resposta a desastres;Sustentabilidade da dívida pública de países de baixa renda;Financiamento para a transição energética justa;Minerais críticos como motores de desenvolvimento e crescimento econômico.