Dois meses após a primeira morte por intoxicação por metanol em São Paulo, a Polícia Civil aponta que as bebidas alcoólicas adulteradas podem ter origem em uma mesma fábrica clandestina administrada por uma família no ABC Paulista. Segundo a investigação, os suspeitos compravam etanol adulterado com metanol de dois postos de combustíveis da região, usados como fornecedores da matéria-prima tóxica.A proprietária da fábrica está presa desde 10 de outubro, e três postos foram interditados até o momento. A venda de combustíveis “batizados” – mistura ilegal de etanol com metanol – teria alimentado o esquema de falsificação de bebidas destiladas distribuídas a bares e restaurantes da capital paulista. Leia tambémLula diz que Plano Nacional de Cultura serve para nenhum presidente proibir culturaO presidente participou de uma cerimônia no Palácio do Planalto na manhã desta segunda-feira para assinar o projeto de lei que cria o Plano Nacional de CulturaTarcísio volta a mirar Lula e diz que “troca de CEO” faria Brasil funcionar”Em vídeo publicado nas redes, governador de SP critica gestão federal e sugere demissão simbólica do “CEO do país” Foi uma sobreposição de crimes, conforme a polícia. O metanol, altamente tóxico e proibido para consumo humano, é letal mesmo em pequenas quantidades.Até o dia 3 de novembro, foram confirmados 47 casos de intoxicação, com nove mortes, a maioria registrada no ABC Paulista. A polícia descarta qualquer envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema.Segundo o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), a primeira fase da investigação foi concluída. Em nota, o órgão informou que “as investigações prosseguem para identificar toda a cadeia de produção e distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Estado”.CaminhoOs agentes conseguiram mapear toda a “rota de contaminação”: os falsificadores da fábrica clandestina, localizada no bairro Alvarenga, em São Bernardo do Campo, adquiriam o etanol adulterado nos dois postos – um em São Bernardo e outro em Santo André. Com essa mistura, adulteravam bebidas destiladas que eram revendidas por um intermediário a bares da capital.Em São Paulo, a principal responsável pelo esquema, segundo a polícia, é Vanessa Maria da Silva, presa em flagrante em outubro. A polícia investiga ainda a participação do marido, do pai e do cunhado de Vanessa. O marido dela se apresentou à polícia, prestou depoimento e foi liberado. Ele já havia sido preso antes por falsificar bebidas. A defesa da suspeita não foi localizada.Segundo o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, os suspeitos afirmaram que não sabiam que o etanol continha metanol. “A principal hipótese é a de que a fábrica da Vanessa distribuiu para a maioria dos lugares”, afirmou Dian, em outubro.The post A ‘rota da contaminação do metanol’, a partir de fábrica clandestina em São Bernardo appeared first on InfoMoney.