Haiti volta à Copa após 52 anos e Curaçao se classifica pela primeira vez; conheça as seleções

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Haiti e Curaçao garantiram nesta terça-feira (18) vagas diretas para a Copa do Mundo de 2026 e serão as grandes novidades entre as seleções estreantes (ou retornantes após longo hiato) no torneio. As classificações, obtidas na última rodada da fase final das Eliminatórias da Concacaf, encerram campanhas marcadas por superação, estabilidade tática e, especialmente, contextos nacionais e esportivos bastante distintos.Haiti: retorno após 52 anos em meio ao caos internoO Haiti voltará a disputar uma Copa do Mundo pela primeira vez desde 1974. A vaga foi confirmada com a vitória por 2 a 0 sobre a Nicarágua, em Willemstad, capital de Curaçao, resultado que garantiu o primeiro lugar do Grupo C, com 11 pontos — à frente de Honduras e Costa Rica, seleções mais tradicionais na região.A classificação tem caráter histórico e simbólico. A equipe é comandada há 18 meses pelo francês Sébastien Migné, que jamais conseguiu pisar no Haiti por causa da escalada da violência e do controle territorial de gangues armadas. Com voos internacionais interrompidos e risco extremo em Porto Príncipe, o treinador precisou trabalhar à distância, baseando-se em vídeos, telefonemas e relatórios enviados por dirigentes locais.Sem condições de atuar em casa, o Haiti mandou todos os jogos como “mandante” em Curaçao, a quase 800 km de distância. E, apesar do cenário adverso, montou um elenco formado exclusivamente por jogadores que atuam no exterior, como Jean-Ricner Bellegarde (Wolverhampton) e outros atletas espalhados por ligas europeias.Último colocado em seu grupo em sua única participação anterior, em 1974, o país volta ao Mundial com a expectativa de transformar uma campanha marcada por resiliência em uma oportunidade de reconstrução da identidade esportiva.Curaçao: a ilha de 160 mil habitantes que chega à sua primeira CopaSe o Haiti retorna após meio século, Curaçao celebra sua primeira classificação na história. O empate por 0 a 0 com a Jamaica, em Kingston, confirmou a liderança do Grupo B com 12 pontos e encerrou uma campanha invicta na fase final das Eliminatórias. O feito é ainda mais expressivo porque Curaçao se torna o país menos populoso a disputar uma Copa do Mundo. Com cerca de 160 mil habitantes — proporção semelhante à população do bairro de Copacabana — a ilha supera o recorde recém-estabelecido por Cabo Verde.A ascensão curaçauense é resultado de uma estratégia consolidada. A seleção, apelidada de “Pequena Holanda”, aproveita amplamente a diáspora no futebol europeu: 23 dos 24 convocados nasceram nos Países Baixos e têm origem familiar na ilha. A exceção é Tahith Chong, nascido em Curaçao, revelado pelo PSV e ex-Manchester United.Treinada pelo experiente holandês Dick Advocaat, a equipe combina jogadores de ligas relevantes — como Leandro Bacuna, Sontje Hansen e Obismo — e conta com um histórico de competitividade crescente. Antes da última rodada, goleou Bermudas por 7 a 0 e mostrou solidez defensiva ao segurar a Jamaica mesmo sofrendo pressão intensa.A classificação foi celebrada nas ruas e nas redes, marcando o maior momento esportivo da ilha desde o fim das Antilhas Holandesas em 2010. A federação local mantém campeonatos nacionais e clubes que já fizeram campanhas relevantes na Concachampions, como o Jong Colombia, duas vezes vice-campeão continental.*Com informações da AFP Leia também Trump convida Cristiano Ronaldo e Musk para jantar em homenagem ao príncipe saudita Empate decepcionante com a Tunísia volta a gerar desconfianças na seleção