Justiça manda médico que ligou mamografia a câncer apagar posts da web

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A Justiça Federal de Minas Gerais condenou o médico Lucas Ferreira Mattos a remover conteúdo falso de suas redes sociais. Com mais de 1,5 milhão de seguidores em sua conta no Instagram, o médico afirmou, em um post que passou das 62 mil visualizações, que o exame de mamografia estaria associado ao aumento de incidência de câncer de mama em mulheres.Além do Instagram, na plataforma de vídeos YouTube, o recurso de shorts registra outros 12 mil acessos. Além de excluir o conteúdo, Mattos também fica proibido de publicar novos relatos enganosos sobre o tema, seja em suas redes sociais pessoais ou nas de terceiros.A decisão liminar foi resultado de uma ação civil pública aberta em conjunto entre a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR).Segundo o juiz da ação, a afirmação do médico “não encontra amparo na sedimentada e atual pesquisa sobre o assunto, podendo causar danos a mulheres que venham, inadvertidamente, seguir suas orientações, deixando de consultar seu médico particular e efetuando, se a isso indicada, o questionado exame de mamografia”.Já a procuradora-geral da União, Clarice Calixto, ressaltou que “a informação correta pode fazer a diferença entre a vida ou a morte de uma mulher”. Leia também Saúde Caso Val Marchiori: saiba com que frequência se deve fazer mamografia Fábia Oliveira Rafa Brites recorda câncer da mãe ao fazer mamografia e faz alerta Saúde Plano de saúde: médicos alertam sobre riscos de restringir mamografias Saúde ANS estuda aumentar idade para mamografia. Entidades acusam retrocesso A mamografia é a principal ferramenta de rastreamento para o câncer de mama e é recomendada entre as mulheres de 50 a 69 anos pelo Ministério da Saúde. Para se ter uma ideia, um estudo recente afirmou que mulheres que não realizam apenas a primeira mamografia já teriam até 40% a mais de risco de morte por câncer de mama, segundo um estudo do Instituto Karolinska, na Suécia, publicado em setembro no British Medical Journal (BMJ). A pesquisa acompanhou 432 mil mulheres por 25 anos, avaliando sua rotina preventiva contra os tumores.