Um estudo conduzido pela neurocientista Laure Verret, da Universidade de Toulouse, aponta que a socialização é capaz de reativar neurônios e melhorar o comportamento de camundongos com Alzheimer.A pesquisa reforça a ideia de que estímulos ambientais — sociais, cognitivos e sensoriais — ajudam a preservar memória mesmo quando já há danos cerebrais.Descoberta reforça importância do estilo de vida e sugere novas abordagens terapêuticas sem remédios – Imagem: mapush/ShutterstockComo a socialização altera o cérebroA equipe expôs 12 camundongos com déficits cognitivos iniciais a um ambiente coletivo e enriquecido por dez dias, com objetos variados e constantes mudanças.Após esse período, os animais retornaram às gaiolas individuais.O resultado surpreendeu: os roedores socializados passaram a reconhecer outros animais e apresentaram desempenho superior aos que não receberam estímulos, sugerindo uma restauração parcial do hipocampo, área essencial para a memória.Leia maisNovo teste digital promete diagnóstico mais rápido do AlzheimerNanotubos no cérebro podem espalhar Alzheimer, revela estudoEste pode ser um dos primeiros sinais do AlzheimerEstudo identifica os “neurônios maestros” como peças centrais na proteção cognitiva. (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)A hipótese dos pesquisadores era de que os neurônios parvalbumina (PV), conhecidos como “maestros” do cérebro por regularem a atividade de outras células, seriam os principais responsáveis pela melhora. Para testar a relação de causa e efeito, a equipe bloqueou temporariamente a formação das redes que protegem esses neurônios. A memória melhorou apenas nas áreas não afetadas pela intervenção, reforçando o papel decisivo dos PV.Indícios para novas terapiasOs cientistas também aplicaram a proteína neuregulina, que ajudou a restaurar a atividade neuronal. Para Laure Verret, os resultados mostram que o estilo de vida — incluindo interação social e estímulos sensoriais — continua sendo essencial para retardar o declínio cognitivo.Ela afirma que o estudo abre caminho para abordagens terapêuticas não medicamentosas, especialmente entre idosos, focadas em ambientes mais ricos e socialmente ativos.Cérebro responde à socialização e recupera funções afetadas pelo Alzheimer (Reprodução: Naeblys/Shutterstock)O post Interações sociais podem atrasar sintomas de Alzheimer, indica estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.