OpenAI, KondZilla, GR6 e Flint se unem para democratizar o acesso à IA

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A OpenAI, em parceria com a Flint, KondZilla e GR6, acaba de lançar um programa nacional de educação em inteligência artificial voltado para as comunidades periféricas no Brasil: o MUTIRÃO.AI.O objetivo fundamental do projeto é democratizar o acesso à IA, oferecendo formação prática para jovens de comunidades em várias cidades do país. Como usar o ChatGPT para escrever e-mails e mensagens em minutos Pesquisa mostra que as músicas feitas com IA são quase indetectáveis Google investirá US$ 6,4 bilhões em infraestrutura de nuvem na Alemanha O evento de lançamento aconteceu no Museu das Favelas, em São Paulo, nesta segunda-feira (17), com uma aula inaugural chamada de “Crias.BR”. O momento marcou o início de uma ação que une tecnologia, cultura periférica e educação.A parceria com a KondZilla, referência audiovisual e cultural do funk, e a GR6, uma das maiores produtoras do gênero, reforça uma estratégia clara: a inclusão tecnológica de brasileiros se faz por linguagens e expressões que já fazem parte da vida das comunidades.Segundo levantamento dos organizadores, a ferramenta de inteligência artificial ChatGPT já faz parte da rotina de mais de 50 milhões de brasileiros, com a grande maioria composta por jovens. O número expressivo revela a rápida adoção da tecnologia no país, mas levanta um alerta: a maioria desses usuários não possui a formação ou o acesso qualificado necessário para utilizar o potencial máximo da ferramenta de forma profissional ou criativa.Dito isso, o programa foi desenhado com o propósito de transformar esses usuários periféricos em protagonistas e criadores. A iniciativa visa capacitá-los para o uso estratégico da inteligência artificial em diversas frentes, principalmente na música, no audiovisual, no empreendedorismo e na produção de conteúdo digital. O objetivo é não apenas ensinar a usar a IA, mas integrá-la como ferramenta de inovação e geração de renda.Para concretizar essa missão, a iniciativa pretende levar cursos presenciais e on-line, mentorias, “batalhas de prompts” e oficinas para diferentes periferias do país. A ideia é que essas formações ofereçam não apenas conhecimento técnico, mas também ampliem oportunidades de trabalho e produção cultural usando a IA como ferramenta de ascensão e autonomia.IA já é usada na produção de clipes e DVDsDurante a coletiva de imprensa, Konrad Dantas, fundador da KondZilla, revelou que a inteligência artificial já faz parte do dia a dia da produtora. “Utilizamos algumas ideias, por exemplo, na gravação do DVD do MC Marks. Estamos preparando muita coisa para o MC IG também”, comentou.Tico Fernandes, sócio da KondZilla e diretor de criação, acrescentou que muitos artistas ainda não tinham contato com esse universo. “Está sendo muito prazeroso ensinar pra essa galera o quanto isso pode somar no nosso processo criativo e na carreira de um artista”, disse.Tico também explicou que a plataforma criada em parceria com a Flint e a OpenAI visa ampliar a liberdade criativa dos jovens, conectando entretenimento, busca e referências consumidas nas playlists dos artistas. Para ele, levar tecnologia para as comunidades é também uma questão de representatividade.“Eles ainda não estão acostumados a ver essas ferramentas dentro das comunidades. A representatividade vai ser muito importante para que consigamos expandir para essa galera que ainda não tem muitos recursos para olhar pra isso. Queremos abrir muitas mentes, conhecer novos talentos que, com certeza, estarão trabalhando com a gente”, afirmou.Christian Rôças (Crocas), CEO da Flint.me, revelou que o programa terá início presencial em São Paulo a partir de março de 2026 e será levado para outras três cidades do país. Ele reforçou que as inscrições para o curso on-line já estão abertas. “Pessoas de qualquer lugar do Brasil poderão participar. A inteligência artificial é para todo mundo. A gente acredita que essa tecnologia vai abrir espaço para uma nova rodada de talentos que precisam ter o máximo de visibilidade. A gente merece ver o trabalho dessas pessoas”, disse.Grandes nomes do funk, como Kevinho, Livinho, MC Davi, Lexa, MC Don Juan e MC Hariel, já confirmaram presença. Eles se juntarão a especialistas para oferecer às comunidades imersões criativas.Para Rodrigo Oliveira, presidente da GR6, o projeto também marca um divisor de águas entre a cultura popular e o avanço tecnológico. “Estamos diante de uma revolução. A inteligência artificial não substitui o talento, mas potencializa o alcance e a voz de quem antes era invisível. Essa parceria simboliza o novo ciclo do funk: um movimento que nasce da quebrada e se conecta com o mundo através da tecnologia”, afirma.OpenAI reforça impacto social da tecnologiaRepresentando a OpenAI, Varun Shetty, VP de Parcerias, afirmou que expandir o acesso à tecnologia é prioridade para a empresa — e rejeitou a ideia de que a IA substituirá profissionais.“A IA é só uma ferramenta, ela é uma parceira. Agora, imagine essa mesma tecnologia sendo levada para locais que não possuem tantas tecnologias. A ideia é destravar esse processo. Queremos destravar o potencial das pessoas. Transformar uma ideia em um vídeo de 10 segundos, por exemplo”, explicou.Ele também reforçou que a chegada da IA às comunidades deve gerar novas oportunidades e não eliminar postos de trabalho. “As pessoas se perguntam se vão perder os empregos. Mas, como qualquer outra tecnologia, ela vai criar outras oportunidades e não substituir. Os humanos não irão sumir. As tecnologias vão amplificar os talentos. Fico muito feliz, estou muito animado em saber que iremos conectar comunidades no Brasil”, completou.Brasil está entre os países que mais usam inteligência artificial