A Justiça Federal de São Paulo manteve o banqueiro Daniel Vorcaro preso, após audiência de custódia no início da noite desta terça-feira (18/11). O fundador e controlador do Banco Master foi detido no âmbito da Operação Compliance Zero, que tem como alvo um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, entre elas o Banco de Brasília (BRB).A defesa de Vorcaro afirmou que já prepara um habeas corpus. Os advogados disseram, em nota, que Vorcaro detido na noite de segunda-feira (18/11) no Aeroporto de Guarulhos, onde embarcaria para Dubai. “Vorcaro anunciou ontem a venda da instituição e tinha plano de voo a Dubai para se encontrar com os compradores”, afirma o texto.Ainda de acordo com os defensores, “no mesmo dia, advogados, por ele e pelo Banco Master, colocaram-se, como já haviam feito antes, à disposição para cooperar com as autoridades, prover informações, participar de audiências, inclusive com a presença de Vorcaro”.Esquema investigadoA ação, deflagrada nesta terça-feira (18/11) pela Polícia Federal, visava desmontar um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições do Sistema Financeiro Nacional. De acordo com o processo, o Master teria adquirido carteiras de crédito sem realizar qualquer pagamento e, em seguida, revendeu ao BRB com pagamento de R$ 12 bilhões, divididos em dois meses.5 imagensFechar modal.1 de 5A Operação Compliance Zero tem como alvo um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo instituições financeiras do Sistema Financeiro Nacional, entre elas o Banco de Brasília (BRB), onde policiais fazem buscasMichael Melo/Metrópoles2 de 5Ao todo, os policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão em cinco unidades da FederaçãoMichael Melo/Metrópoles3 de 5A deflagração da operação ocorre um dia depois de um consórcio de investidores dos Emirados Árabes Unidos, em parceria com o grupo de participações Fictor, anunciar a compra do Banco Master, com aporte inicial de R$ 3 bilhõesDivulgação/PF4 de 5Os investigados serão ouvidos pela Polícia Federal e podem responder a processos criminais e sanções administrativas do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)Divulgação/PF5 de 5A PF também deve aprofundar a análise sobre a origem dos recursos movimentados e eventuais beneficiários finais das operações fraudulentasDivulgação/PF Segundo o juiz, “há indícios contundentes de um suposto esquema articulado para fraudar o sistema financeiro, iludir órgãos de controle, prejudicar investidores e obter vantagens indevidas”. “Trata-se de um conjunto de ações coordenadas, voltadas à ocultação de informações, falsidade documental, manipulação de dados contábeis e à realização de operações deliberadamente estruturadas para encobrir ilícitos”, citou.Além das instituições financeiras, foram alvo da determinação os investigados abaixo. O juiz Ricardo Augusto Soares Leite também autorizou o bloqueio de bens em nome dos filhos menores de idade de todos.Daniel Vorcaro, dono do Master;Augusto Lima, ex-sócio do Master;Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance, RH, Operações e Tecnologia;Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, um dos sócios do Master;André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor da Tirreno e sócio da Cartos Fintech;Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa, presidente afastado do BRB;Dario Oswaldo Garcia Júnior, diretor financeiro afastado do BRB;Robério César Bonfim Mangueira;Tirreno Consultoria, Promotoria de Crédito e Participações S.A;Cartos Sociedade de Crédito Direto S.A;Associação dos Servidores Técnico-Administrativos e Afins do Estado da Bahia (Asteba); eAssociação dos Servidores da Saúde e Afins da Administração Direta do Estado da Bahia (Asseba).