A quatro dias do final da COP30, a presidência brasileira da cúpula publicou nesta terça-feira (18) um primeiro rascunho de compromisso entre os países, ainda divididos sobre vários temas cruciais como ambição climática, finanças e comércio. “Este texto reflete a confiança da presidência brasileira” em alcançar um acordo, reagiu à AFP Li Shuo, especialista da Asia Society que acompanha as negociações em Belém. “Provavelmente é a primeira vez na história recente das COPs que um texto tão limpo é publicado tão cedo”, afirmou sobre o documento com o título “Mutirão Global”.O objetivo do texto é demonstrar que, mesmo em um contexto geopolítico muito difícil, a cooperação internacional sobre o clima deve continuar avançando. Ainda contém muitas alternativas, portanto deverá ser consideravelmente editado antes de chegar a um acordo entre as quase 200 nações presentes na conferência da ONU sobre o clima que termina na sexta-feira (21).A presidência anunciou na segunda-feira (17) que os negociadores trabalharão dia e noite para que um acordo sobre os temas mais espinhosos possa ser adotado em sessão plenária “até meados da semana”. O documento de nove páginas começa reafirmando seu compromisso com o Acordo de Paris de 2015 e sua adesão ao “multilateralismo”.Quanto à ambição climática, propõe que o relatório que sintetiza os compromissos dos países possa ser publicado anualmente, em vez de a cada cinco anos. Vários tópicos mencionam a transição para deixar as energias fósseis, um ponto de confronto entre os países produtores e aqueles que desejam uma diretriz para abandoná-las. Esses itens propõem diversas soluções, desde uma “mesa redonda” até… nada. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Por outro lado, sugere-se triplicar os financiamentos dos países ricos para os mais pobres se adaptarem às mudanças climáticas até 2030 ou 2035, uma demanda das nações do Sul.O último ponto abordado é o das medidas comerciais “unilaterais”, como o europeu CBAM – sigla em inglês para Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras – criticado por países como a China. Sobre este tema delicado, quatro opções são apresentadas, do estabelecimento de uma “plataforma” de reflexão à organização de uma cúpula sob os auspícios do secretário-geral da ONU.*Com informações da AFPPublicado por Nícolas Robert Leia também Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra na administração pública Rodrigo Valadares apresenta PDL para impedir taxação de MEIs pelo governo federal