O Brasil espera conseguir um acordo sem demora sobre algumas das questões mais controversas da cúpula climática COP30, depois de revelar uma estratégia de negociação ousada que fez com que os delegados trabalhassem até as primeiras horas da manhã de terça-feira (18).A cúpula de duas semanas na cidade amazônica de Belém reúne governos de várias partes do mundo para fortalecer a complexa estrutura da ONU que sustenta a ação global para deter o aumento da temperatura e lidar com os danos causados por ele.Leia tambémApós fala depreciativa de Merz, ministro alemão elogia Brasil e tenta conter desgasteCarsten Schneider publica mensagem exaltando Belém e o povo brasileiro após repercussão negativa do chancelerGoverno Lula anuncia 10 novas reservas indígenas após protestos na COP-30Os territórios demarcados estão distribuídos por Pará, São Paulo mais cinco EstadosO Brasil, país anfitrião, quer um acordo em duas etapas: um pacote na quarta-feira (19), incluindo itens que, há uma semana, eram considerados espinhosos demais para serem incluídos na agenda formal, e outro que encerre as questões pendentes até sexta-feira (21).No início da COP30, não estava claro se haveria uma tentativa de negociar um acordo final para o encerramento da cúpula.‘Acho que é uma medida ousada. Pode funcionar, embora também seja um risco, pois por que as partes se moveriam se soubessem que ainda há tempo’, disse um negociador europeu.Guterres retornaO secretário-geral da ONU, António Guterres, retornou a Belém na terça-feira e se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira.Lula disse que a reunião visa ‘fortalecer a governança climática e o multilateralismo’.Os tópicos mais difíceis incluem a definição de como os países ricos fornecerão financiamento para que os países mais pobres mudem para energia limpa e o que deve ser feito com relação à lacuna entre os cortes de emissões prometidos e os necessários para impedir o aumento das temperaturas.Algumas nações, incluindo o Brasil, querem um roteiro para ajudar os países a implementar um acordo alcançado na COP28 em 2023 para eliminar gradualmente o uso de combustíveis fósseis.Contrariando as expectativas estabelecidas pelas recentes cúpulas da COP — que ultrapassaram em muito o horário previsto — o presidente da COP30 do Brasil, André Corrêa do Lago, disse no final da segunda-feira (17) que tinha o apoio dos participantes para pressionar fortemente por um resultado sem demora.As negociações ocorreram até depois da meia-noite e estavam programadas para se estenderem até tarde novamente na terça-feira.DiferençasDois negociadores e dois observadores externos, que têm permissão para participar das negociações, descreveram separadamente à Reuters uma ampla gama de divergências que ainda não foram resolvidas.Questões como o fornecimento de financiamento há muito tempo colocam os países desenvolvidos, muitos dos quais estão lidando com finanças públicas apertadas e prioridades domésticas concorrentes, incluindo segurança, contra as nações mais vulneráveis, como pequenos Estados insulares sob a ameaça existencial da elevação dos mares.Algumas dessas diferenças foram capturadas em esboço da presidência da COP30, que apresentou uma ampla gama de opções para a redação final das principais questões, dando poucos sinais de onde o acordo final chegaria.Um observador afirmou à Reuters que os delegados estavam com dificuldades para avançar em direção a acordos.‘Eles colocaram todos os assuntos polêmicos em uma sala, e sempre que uma discussão ganhava força, alguém a desviava trazendo à tona outra coisa.’The post COP30: negociação climática lenta se transforma em corrida de velocidade appeared first on InfoMoney.