A restauração de áreas degradadas está ganhando escala e se consolidando como uma nova fronteira econômica no Brasil. Durante o painel “Restaurar e Regenerar”, promovido nesta terça-feira (18), no estande do Sebrae na Green Zone da COP30, empreendedores do Cerrado mineiro e da Amazônia apresentaram modelos de negócio que combinam restauração florestal, geração de renda e inclusão produtiva, apontando que recuperar ecossistemas pode ser também um bom negócio.Como moderador, Marcos Geraldo Alves da Silva, gerente regional do Sebrae Noroeste e Alto Paranaíba (MG), abriu o debate afirmando: “Regenerar é a saída para conter o aquecimento global”. Segundo ele, a restauração produtiva ajuda a diversificar a renda rural, criar mercados e impulsionar cadeias de sementes, viveirismo, agricultura e agroflorestas. As experiências apresentadas na COP30 mostram que o Brasil já vive uma nova economia da restauração com empreendedores e comunidades na transição para um futuro mais sustentável”.O Consórcio Cerrado das Águas, formado por 15 empresas e produtores rurais, já restaurou 4,8 mil hectares em Minas Gerais e tem como meta recuperar 20 mil hectares até 2030. O trabalho envolve agricultura regenerativa, transição produtiva e parcerias técnicas. “A restauração só avança se for economicamente viável ao produtor. O Sebrae tem papel fundamental nesse processo”, destacou Marcelo Urtado, presidente do consórcio.Da Amazônia, o biólogo Sidcley Mattos, fundador do Viveiro Florestal Ardosa, apresentou o trabalho que abastece cadeias produtivas com mudas e sementes de 110 espécies nativas, muitas delas ameaçadas. A rede de coletores criada pelo viveiro fornece insumos para projetos públicos e privados de regeneração e tem ampliado o acesso a sementes na região. “Valorizar quem coleta e quem produz é essencial para manter a floresta em pé”, destacou.Para o governo federal, a restauração é uma agenda estratégica para o país. O diretor de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Tiago Belote, lembrou que o Brasil precisará restaurar 12 milhões de hectares até 2030 em todos os biomas, com forte articulação entre territórios, cadeias produtivas e prefeituras. “Restauração não é agenda ambientalista, é agenda de desenvolvimento, que gera valor e inclusão”, afirmou.Participantes do painel Restaurar e Regenerar, no estande do Sebrae | Foto Wesley SantosEconomia verde é foco da programaçãoNesta terça-feira (18), o Sebrae também promove os seguintes painéis: Transição Climática na Agricultura, Cooperativas que transformam e Carbono Social e Abordagem Territorial Caminhos para a Resiliência Climática. Para a instituição, a transição climática é protagonizada pelas populações locais, conectando sustentabilidade, justiça social e diversidade.O Sebrae na COP30Com estande de 400 m² instalado na Green Zone, o Sebrae transforma sua presença na COP30 em uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. Além de vitrine viva de inovação e cultura, é um espaço de diálogo e network, com sala de reuniões, auditório e loja colaborativa de produtos da bioeconomia, conectando lideranças, investidores e empreendedores.De 10 a 21 de novembro, das 9h às 20h, a programação combina conteúdo, cultura e sensorialidade, com atrações como webséries e documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, apresentações culturais, degustações e harmonizações com ingredientes regionais. O Sebrae também montou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone), no Parque Belém Porto Futuro, e trabalha em ativações urbanas e outros pontos de presença pela capital do Pará. Acompanhe a cobertura completa dos pequenos negócios na COP30 pela Agência Sebrae de Notícias.