Hapvida: por que o Goldman cortou preço-alvo em 46%, mas mantém compra para HAPV3

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Em meio ao desânimo com os resultados e à forte volatilidade com as ações da Hapvida (HAPV3), o Goldman Sachs cortou o preço-alvo dos ativos da operadora de planos de saúde em 46,43%, passando de R$ 56 para R$ 30, de forma a incorporar o balanço do 3T25 (terceiro trimestre de 2025) e novas tendências operacionais. Os analistas do banco projetam agora um corte substancial de 47% em seu lucro líquido ajustado para 2026 (para R$ 888 milhões), o que se deve principalmente não apenas aos resultados muito mais fracos do que o esperado no 3T25, mas também à falta de visibilidade sobre quando deve-se observar uma inflexão nas tendências de margem, o que, por sua vez, é o fator determinante da revisão de demonstração de resultados.A estimativa para a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) ajustada para 2026 foi reduzida em 2,6 pontos percentuais em relação ao seu modelo anterior, para 10,6%.Leia mais: Quais fundos tiveram as maiores perdas com a derrocada da Hapvida? Veja lista“Entendemos, a partir da teleconferência de resultados, que o 4T25 ainda será impactado por um inverno mais rigoroso (notavelmente em outubro), e que outros fatores que poderiam ajudar a melhorar o índice de sinistralidade médica (MLR) no médio prazo (por exemplo, aceleração dos reajustes de preços, normalização da frequência) não devem ocorrer em breve”, avaliam. Compra mantida, por outra justificativaApesar do corte de preço-alvo, o Goldman manteve recomendação de compra para a Hapvida, mas por uma justificativa diferente da que tinha antes do balanço. A tese anterior para a história das ações se baseava, entre outros tópicos, em uma margem relevante de crescimento e melhoria de margem em 2026, pois acreditava que a empresa tivesse superado, pelo menos parcialmente, os atritos comerciais em São Paulo e que a rentabilidade da empresa na operação do Sudeste estava evoluindo, uma previsão que se mostrou equivocada. “No entanto, observamos que a HAPV3 caiu 45% desde a divulgação dos resultados do 3º trimestre de 2025 (de um patamar que já era praticamente a mínima histórica da ação), o que, em nossa opinião, mais do que reflete a incerteza das perspectivas operacionais da empresa, deixando um potencial de queda limitado levando em conta os níveis atuais (agora, vemos a HAPV3 sendo negociada a um P/L, ou preço sobre lucro, ajustado para o final de 2026 de aproximadamente 7 vezes)”, avalia o banco. O atual preço-alvo, de R$ 30, corresponde a um potencial de alta de 66,7% em relação ao fechamento da véspera, de R$ 18. Obstáculos persistemPara os analistas, a margem fraca de lucro foi um dos pontos negativos do 3º trimestre de 2025 e espera-se que alguns obstáculos persistam no 4º trimestre de 2025 e em 2026.“Estamos elevando nossa previsão de MLR em 2026 para 73,2% (de 72,2% anteriormente), não apenas devido ao resultado abaixo do esperado no 3º trimestre de 2025, mas também pela mensagem subjacente para o futuro”, avalia. Leia também: Hapvida é oportunidade ou “value trap”? A visão do mercado após a derrocada das açõesAlguns obstáculos observados no último trimestre provavelmente continuarão afetando a lucratividade no futuro. Por exemplo, observa uma desaceleração na dinâmica de aumento dos tíquetes no último trimestre, o que parece ilustrar uma abordagem comercial mais agressiva especialmente no Sudeste, embora ainda não se traduza em crescimento real do número de beneficiários nessa região. “Com base nos comentários da administração na teleconferência de resultados do 3T25, não esperamos que o aumento médio do ticket acelere significativamente ao longo de 2026, razão pela qual assumimos que ele permanecerá praticamente estável em comparação com o nível reportado no trimestre anterior”, avalia. The post Hapvida: por que o Goldman cortou preço-alvo em 46%, mas mantém compra para HAPV3 appeared first on InfoMoney.