Bancos europeus enfrentam risco “sem precedentes” de choques, alerta BCE

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Os bancos da zona do euro devem se preparar para choques sem precedentes capazes de causar graves perturbações com consequências de longo alcance para os sistemas financeiros, disse o Banco Central Europeu (BCE) nesta terça-feira (18) ao apresentar suas prioridades de supervisão para os próximos três anos.O BCE argumenta há muito tempo que os bancos enfrentam uma nova realidade, com choques mais frequente, de tarifas a ciberataques, exigindo que estejam preparados para uma série de possibilidades sem saber a natureza exata da próxima crise.SAIBA MAIS: Fique por dentro dos melhores conteúdos do Money Times sem pagar nada por isso; veja comoIsso requer buffers de capital saudáveis, infraestrutura tecnológica atualizada, uma gestão proativa alinhada às realidades financeiras e uma supervisão mais intrusiva.“Tensões geopolíticas e mudanças nas políticas comerciais, crises relacionadas ao clima e à natureza, mudanças demográficas e rupturas tecnológicas estão exacerbando vulnerabilidades estruturais, tornando a probabilidade de eventos extremos e de baixa probabilidade sem precedentes”, disse o BCE em comunicado.Por isso, fortalecer a resiliência dos bancos ao risco político e às incertezas continuará sendo a principal prioridade de supervisão do BCE, com foco em tomada de riscos prudente e capitalização adequada, afirmou a instituição.Dada a natureza imprevisível desses riscos, o BCE planeja realizar um teste de estresse reverso, no qual fornecerá níveis de perda de capital e exigirá que cada banco apresente cenários que poderiam causar tais perdas.Por ora, contudo, os bancos estão indo bem. Eles são resilientes, a lucratividade é forte e a qualidade dos ativos é estável, graças em parte ao crescimento econômico constante e à inflação estável, disse o BCE.É por isso que seus requisitos gerais de capital permanecerão estáveis neste ano e um buffer não vinculativo, chamado Pillar 2 guidance, será de fato flexibilizado.Os requisitos e orientações do capital Common Equity Tier 1 (CET1) aplicáveis em 2026 permanecerão estáveis em 11,2%, informou o banco.Ambiente favorável não deve durarEsse ambiente benigno, no entanto, não deve durar, segundo o BCE.“Persistem riscos significativos de baixa, especialmente devido às tensões comerciais entre EUA e UE e a riscos geopolíticos mais amplos, que podem afetar setores com altos volumes de exportação para os Estados Unidos, como os setores automotivo, químico ou farmacêutico, potencialmente causando deterioração na qualidade dos ativos”, disse o BCE.Os mercados financeiros também são suscetíveis a correções repentinas, com formuladores de políticas alertando que os preços dos ativos não refletem adequadamente o risco político, levando a avaliações excessivas.Para mitigar riscos, o BCE priorizará a tomada prudente de riscos e padrões sólidos de concessão de crédito para evitar o surgimento de futuros créditos inadimplentes, afirmou a instituição.