Os Estados Unidos são o maior destinatário das atividades de empréstimo da China no mundo, de acordo com um estudo que rastreou as operações de crédito chinês e constatou que o país está cada vez mais emprestando a nações de renda mais alta em vez de países em desenvolvimento.O relatório, publicado nesta terça-feira (18) pelo AidData, um laboratório de pesquisa da universidade americana William & Mary, afirmou que os empréstimos e doações da China totalizaram US$ 2,2 trilhões em 200 países de todas as regiões do mundo entre 2000 e 2023.Giro do Mercado: Inscreva-se gratuitamente para receber lembretes e conferir o programa em primeira mãoHá muito a China é vista como credora de países em desenvolvimento por meio de sua Iniciativa Cinturão e Rota da Seda, mas está passando a emprestar mais para economias avançadas, apoiando infraestrutura estratégica e cadeias de suprimentos de alta tecnologia em áreas como semicondutores, inteligência artificial e energia limpa.O tamanho da carteira de empréstimos de Pequim é de duas a quatro vezes maior do que estimativas anteriores sugeriam, disse o AidData, acrescentando que a China continua sendo o maior credor oficial do mundo.Mais de três quartos das operações de empréstimos externos da China agora apoiam projetos e atividades em países de renda média-alta e de alta renda.“Grande parte dos empréstimos a países ricos é focada em infraestrutura crítica, minerais críticos e na aquisição de ativos de alta tecnologia, como empresas de semicondutores”, disse o autor principal Brad Parks, diretor executivo do AidData.Os Estados Unidos receberam o maior volume de crédito do setor oficial chinês, mais de US$ 200 bilhões para quase 2.500 projetos e atividades, afirmou o relatório.Entidades estatais chinesas estão “ativas em todos os cantos e setores dos EUA”, financiando a construção de projetos de GNL no Texas e na Louisiana, centros de dados no norte da Virgínia, terminais no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, e no Aeroporto Internacional de Los Angeles, além do gasoduto Matterhorn Express Natural Gas e do oleoduto Dakota Access, disse o AidData.Pequim financiou a aquisição de empresas de alta tecnologia, enquanto credores estatais chineses forneceram linhas de crédito para muitas empresas da Fortune 500, incluindo Amazon, AT&T, Verizon, Tesla, General Motors, Ford, Boeing e Disney, segundo o relatório.A parcela de empréstimos concedidos a países de baixa renda e renda média-baixa caiu para 12% em 2023, ante 88% em 2000. Pequim também reduziu o financiamento para projetos de infraestrutura no “Sul Global”.Ao mesmo tempo, aumentou sua participação de apoio a países de renda média e alta para 76% em 2023, ante 24% em 2000. O Reino Unido, por exemplo, recebeu US$ 60 bilhões, enquanto a União Europeia recebeu US$ 161 bilhões.