Um esquema de desvio e roubo simulado de cargas no Paraná é investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPPR (Ministério Público do Paraná). A suspeita é de que policiais militares e civis estejam envolvidos nos crimes. Além dos policiais, são investigados empresários, motoristas e um advogado, instalados em Ibiporã (PR).Conforme o Gaeco, o motorista do grupo carregava a carga e, em seguida, repassava o caminhão para um segundo motorista, que seguia ao destino para entregar o produto ao receptador.O primeiro motorista, então, se passava por vítima e se dirigia a um Destacamento Policial ou Delegacia específica, onde policiais militares ou civis, integrantes do esquema, já o aguardavam para registrar o boletim falso de roubo. Leia Mais PR: operação da Polícia Civil termina com 3 mortes e 12 presos Vídeo: dez pessoas são presas por 12 roubos de carga na BR-116, no PR Grupo é investigado por faturar R$ 200 milhões com jogo do bicho online O líder do grupo recebia os valores dos receptadores e realizava transferências bancárias para os intermediários do núcleo policial. A investigação apurou que os policiais recebiam cerca de R$ 5 mil para confeccionar os boletins.Nesta terça-feira (18), uma operação cumpriu ordens judiciais em 12 municípios de três estados: Londrina, Cambé, Ibiporã, Arapongas, Guarapuava, Matinhos e Curitiba, no Paraná; Mairiporã e São Paulo, no estado de São Paulo; e Joinville, Itapoá e Caçador, em Santa Catarina.Além das buscas para a apreensão de documentos, mídias e dispositivos eletrônicos, o Judiciário determinou a imposição de medidas cautelares diversas da prisão a sete investigados. Entre as determinações estão suspensão do exercício da função pública dos policiais militares da ativa envolvidos, proibição do uso de fardamento e armamento e suspensão de acesso aos sistemas de investigação policial.Esta é a terceira fase da operação Mar Vermelho, cujo foco atual é a responsabilização dos policiais no esquema.