A reação das ações da Motiva (MOTV3) ao acordo com a mexicana Asur para a venda da sua operação de aeroportos “foi tímida” nesta quarta-feira (19). Os papéis da concessionária, antiga CCR, chegaram a cair quase 3% nas primeiras horas do pregão, mas ao longo da sessão operam próximos da estabilidade. Por volta de 14h (horário de Brasília), MOTV3 subia 0,38%, a R$ 15,96. new TradingView.MediumWidget( { "customer": "moneytimescombr", "symbols": [ [ "MOTV3", "MOTV3" ] ], "chartOnly": false, "width": "100%", "height": "300", "locale": "br", "colorTheme": "light", "autosize": false, "showVolume": false, "hideDateRanges": false, "hideMarketStatus": false, "hideSymbolLogo": false, "scalePosition": "right", "scaleMode": "Normal", "fontFamily": "-apple-system, BlinkMacSystemFont, Trebuchet MS, Roboto, Ubuntu, sans-serif", "fontSize": "10", "noTimeScale": false, "valuesTracking": "1", "changeMode": "price-and-percent", "chartType": "line", "container_id": "e20be4f"} ); Para os analistas, a operação já estava precificada pelo mercado, considerando meses de especulações sobre o desinvestimento da Motiva — o que justifica a alta moderada nas ações. “As condições finais não diferem do que o mercado já conhecia: o equity da operação aérea da Motiva é de R$ 5 bilhões, correspondente à participação da empresa nos aeroportos”, escreveram os analistas Fernanda Recchia, Lucas Marquiori, Marcel Zambello e Samuel Alkmin, em relatório do BTG Pactual. Na visão da equipe, apesar de não ser surpresa, o acordo “encerra um capítulo importante de otimização do portfólio, permitindo uma empresa mais enxuta e menos alavancada”. O Safra também considera que o desinvestimento está alinhado às prioridades estratégicas da Motiva de simplificar sua estrutura corporativa e destravar valor para o acionista. “O reposicionamento melhora a flexibilidade financeira da companhia e permite que ela se concentre em oportunidades seletivas de crescimento de alto retorno em seus segmentos centrais de infraestrutura — rodovias e ferrovias — no Brasil”, afirmaram Luiz Peçanha e Arthur Godoy. O negócio da Motiva e Asur Na noite de ontem (18), a antiga CCR anunciou a venda de sua operação de 20 aeroportos no Brasil e América Latina para a mexicana Asur por R$ 11,5 bilhões. O valor do negócio inclui dívida líquida de R$ 6,5 bilhões e a Motiva espera que a transação seja concluída em 2026.A conclusão do negócio depende do cumprimento de condições suspensivas usuais para esse tipo de operação, incluindo aprovações de autoridades governamentais e regulatórias no Brasil — como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) — e no exterior, além do aval de órgãos concorrenciais internacionais.LEIA MAIS EM: Motiva (MOTV3) vende aeroportos à mexicana Asur por R$ 11,5 bilhõesHora de comprar MOTV3? Os analistas do BTG Pactual e Safra reiteraram a recomendação de compra para as ações. Para a equipe do BTG, a Motiva deve voltar suas energias para: oportunidades de reforço contratual nas concessões existentes, especialmente no estado de São Paulo; novos projetos greenfield em leilões como Fernão Dias e Renovias; continuidade do plano de reciclagem de capital, avançando para mobilidade urbana e desinvestimentos seletivos em concessões. Além disso, a companhia deve concentrar os esforços na redução de alavancagem, com a empresa passando de 37 para 17 ativos, somente no Brasil, “abrindo espaço para melhora de margens e redução do custo fiscal”. Os analistas do banco também esperam a manutenção do payout atual. “Não esperamos aumento de dividendos no curtíssimo prazo diante das diversas oportunidades de crescimento”, afirmaram.O BTG Pactual tem preço-alvo de R$ 17 — o que implica em uma alta de 6,9% sobre o preço de fechamento de ontem (18), quando o papel encerrou cotado a R$ 15,90. Já o Safra projeta a ação a R$ 18,80 no final de 2026, o que representa um potencial de valorização de 18% sobre o preço do último fechamento.