A forma como um CD, um DVD ou um Blu-ray guarda música, vídeos e arquivos parece simples: você coloca o disco no aparelho e, segundos depois, tudo começa a tocar. Mas o processo por trás disso envolve óptica de precisão. Segundo o portal IFLScience, muita gente só agora está descobrindo como o laser interpreta detalhes minúsculos na superfície desses discos para gerar áudio e imagem. Em outras palavras, o que o leitor faz é traduzir diferenças microscópicas de reflexão em zeros e uns.Como funciona um disco óptico? Todos os discos ópticos seguem a mesma lógica: os dados são organizados numa única trilha em espiral, composta por “pits” e “lands” – pequenas depressões e áreas planas na camada reflexiva. DVD player lê discos ópticos usando um laser vermelho capaz de decodificar filmes, músicas e dados em formato digital. (foto: David Herraez Calzada/Shutterstock)Quando o disco gira, um laser projeta luz sobre essa trilha e, conforme a reflexão muda, o sensor interpreta o padrão como informação digital. A partir daí, o processo vira eletrônica pura: o aparelho decodifica os bits e reconstrói o áudio, o vídeo ou o arquivo armazenado.Leia também:O que preciso saber antes de comprar um toca-discos ou vitrolaVocê se lembra? 7 aparelhos que marcaram época e sumiram com o tempoTecnologias antigas: vitrola, discman e walkman – como era ouvir música antes do streaming?O que diferencia cada formato é a capacidade de enxergar detalhes menores. O CD usa um laser infravermelho de comprimento de onda relativamente longo, o que exige pits maiores e espaçados. No DVD, o laser é vermelho e mais curto; isso permite compactar a trilha e armazenar muito mais dados na mesma área. O salto seguinte vem com o Blu-ray, que utiliza um laser azul-violeta ainda mais preciso. Quanto menor o comprimento de onda, mais minúsculo pode ser o pit, e maior a densidade de gravação.Na prática, esse avanço óptico explica por que um CD comporta cerca de 700 MB, um DVD alcança 4,7 GB e um Blu-ray ultrapassa 25 GB por camada. É o mesmo disco de 12 centímetros, mas com uma “lupa” cada vez mais eficiente.Da leitura ao uso: por que isso ainda importaEmbora o consumo digital tenha migrado para o streaming, entender o funcionamento dos discos ópticos ajuda a compreender tanto a evolução da tecnologia quanto seu papel atual. Além dos filmes em alta definição, o formato Blu-ray foi amplamente adotado pela indústria de jogos, servindo como mídia física para consoles como PlayStation e Xbox. Imagem: defotoberg / ShutterstockMuita gente continua usando CDs e DVDs para guardar fotos, documentos ou gravações antigas; já o Blu-ray segue relevante para quem arquiva vídeos em alta definição. Como cada formato depende de um tipo de laser, a compatibilidade também muda: um aparelho Blu-ray costuma ler DVDs e CDs, mas o inverso não é possível.Essa diferença técnica também explica o uso de discos ópticos em preservação de longa duração. Eles não são eternos, mas resistem melhor do que muitos dispositivos magnéticos ou flash se bem armazenados.Em resumo, os discos ópticos funcionam como uma espécie de “livro de luz”, no qual um laser lê variações microscópicas e as traduz em som e imagem. A evolução de CD para DVD e Blu-ray não foi apenas uma corrida por capacidade, mas um refinamento contínuo da precisão óptica. O post Como funcionam os discos ópticos: CD, DVD e Blu-ray apareceu primeiro em Olhar Digital.