Há dois sábados atrás passei uma boa manhã na apresentação de um livro, Portugal com futuro (Caleidoscópio). Organizado por Filipe Lobo D’Avila, o volume contém 36 capítulos sobre vários temas que desafiam a nossa sociedade. Declaração de interesses: tenho lá um capítulo. Obviamente não é desse capítulo que vou falar mas do debate, moderado por João Casanova de Almeida – nova declaração de interesses: meu amigo.Ao longo do painel, excelente, Luís Mira, Luísa Schmidt, Paulo Sande, Pedro Baganha e Rogério Alves (por ordem de entrada) apresentaram as suas visões sobre assuntos muito diferentes. Um tema foi reaparecendo: o excesso de burocracia, a torrente legislativa, o labirinto normativo. Estamos presos a um sistema asfixiante. No limite, mesmo quem quer já não consegue saber se está a respeitar a regras – tantas elas são.Este dezembro a LÍDER apresenta uma entrevista com Mats Alvesson, da Universidade de Lund, a propósito do seu novo livro The Art of Less. Como ele explica, a proliferação asfixiante de regras cria culturas de medo e inação. Como foi sugerido no debate, se queremos resolver problemas importantes (como a habitação), precisamos de leis de base zero. Mesmo assim vai demorar anos para ver os efeitos. Sem isso, assistamos sentados ao avanço dos populistas e ao deslaçar da sociedade. A lei, digo eu que não sou jurista, deve servir para criar sociedades mais funcionais e não para acentuar disfuncionalidades. Assim sendo…O conteúdo Portugal com futuro aparece primeiro em Revista Líder.