Norte do Brasil busca novos mercados após aumento tarifário dos EUA, diz ApexBrasil

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A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras começa a expor fragilidades regionais. Estados do Norte, como Amazonas e Amapá, figuram entre os mais dependentes do mercado norte-americano e agora precisam redirecionar parte de sua produção.Um levantamento da ApexBrasil aponta destinos alternativos e mostra que a diversificação é crucial para preservar as cadeias produtivas locais.Segundo o estudo, 10% das exportações desses dois estados têm os EUA como destino. No caso do Amazonas, o peso recai sobre eletroeletrônicos e motocicletas, enquanto o Amapá concentra vendas de frutas processadas e sorvetes, produtos em que os americanos são compradores estratégicos.Leia tambémEstoques empresariais dos EUA aumentam moderadamente em julhoAlta marginal foi puxada por automóveis; vendas comerciais cresceram 1% no períodoEUA prometem reagir à condenação de Bolsonaro: isso pode azedar o mercado brasileiro?Analistas ressaltam que Bolsa tem alcançado máximas, enquanto dólar está perto dos R$ 5,30, mas olham declarações dos EUA com cautelaJá Acre, Rondônia, Pará e Tocantins apresentam menor participação relativa (3% a 5%), mas com itens igualmente sensíveis, como madeira e castanha-da-Amazônia.Novos destinosA ApexBrasil sugere alternativas que vão da América do Sul à Ásia e à Europa. Para o Amazonas, o estudo identifica oportunidades no Paraguai, Argentina, França, Espanha, Itália e também na China, especialmente para autopeças, madeiras tropicais e castanha-da-Amazônia.No Pará, as melhores perspectivas estão em países asiáticos como Japão e Coreia do Sul, além de parceiros da União Europeia como Alemanha e Espanha, e de destinos africanos, como Guiné Equatorial e África do Sul, sobretudo para ferro fundido, madeiras perfiladas e sucos.No Amapá, a diversificação passa pela Austrália, Países Baixos, Japão e Emirados Árabes Unidos, com foco em frutas processadas e sorvetes.Já o Acre pode ganhar espaço na União Europeia — em especial na Espanha, Itália e Portugal — além de Canadá e Austrália, para produtos como madeira e castanha-da-Amazônia.Rondônia, por sua vez, tem potencial de expansão junto a mercados como Países Baixos, França, Canadá, Coreia do Sul e Malásia, com destaque para madeiras compensadas, sebo bovino e madeiras tropicais perfiladas.No caso de Roraima, a aposta é na Bélgica, Chile e África do Sul, principalmente no segmento de fertilizantes.Diagnóstico nacionalNo total, a ApexBrasil identificou 195 produtos brasileiros afetados pelas tarifas americanas. Os EUA representaram US$ 40,4 bilhões em compras do Brasil em 2024, 12% da pauta exportadora nacional. A nova ordem executiva de Trump, publicada em julho, ameaça diretamente a competitividade de segmentos estratégicos.“Estamos mapeando, estado por estado, os mercados mais dependentes das exportações para os Estados Unidos, para compreender com precisão quais cadeias produtivas estão mais expostas. A partir desse diagnóstico, buscamos inserir esses produtos em novos mercados, diversificando destinos e reduzindo riscos”, afirmou Jorge Viana, presidente da ApexBrasil.Plano Brasil SoberanoO estudo integra o Plano Brasil Soberano, conjunto de medidas do governo federal para mitigar os efeitos do tarifaço. A iniciativa prevê apoio direto a empresas, estímulo a novos investimentos e defesa de empregos em setores estratégicos.Segundo Gustavo Ribeiro, gerente de Inteligência de Mercado da ApexBrasil, a publicação serve como guia prático para gestores públicos e empresas.“Nosso objetivo é fornecer subsídios para decisões de diversificação e reduzir riscos em um cenário internacional de maior instabilidade comercial.”The post Norte do Brasil busca novos mercados após aumento tarifário dos EUA, diz ApexBrasil appeared first on InfoMoney.