Trump anuncia que EUA e China chegaram a acordo sobre TikTok e adia proibição no país

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (16) que Washington e Pequim chegaram a um acordo sobre o TikTok, e adiou por três meses a proibição da plataforma nos Estados Unidos enquanto as negociações continuam. Com quase 2 bilhões de usuários no mundo, a plataforma é propriedade da empresa de internet ByteDance, com sede na China. Porém, de acordo com uma lei dos EUA, a rede social não poderá operar no país a menos que a matriz chinesa ceda o controle a americanos.“Temos um acordo sobre o TikTok. Cheguei a um acordo com a China, falarei com o presidente Xi [Jinping] na sexta-feira para confirmar tudo”, disse Trump a jornalistas ao sair da Casa Branca para uma visita de Estado ao Reino Unido.Antes de partir, o presidente americano assinou um decreto que prorroga pela quarta vez a aplicação da proibição do TikTok nos Estados Unidos. O prazo para a cessão, que venceria na quarta-feira (17), foi agora estendido até 16 de dezembro. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o acordo prevê que a plataforma de compartilhamento de vídeos curtos passe para controle americano com a entrada ou aumento de capital de um ou mais investidores sediados nos Estados Unidos.Os detalhes ainda não foram divulgados, mas o Wall Street Journal afirma que as operações do TikTok nos EUA estariam sob controle de um consórcio de investidores que inclui Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz, segundo fontes próximas ao assunto.Na segunda-feira, Wang Jingtao, adjunto do responsável pela Administração Chinesa do Ciberespaço (CAC), indicou que as partes chegaram a um acordo sobre “o uso licenciado do algoritmo” e outras funcionalidades protegidas por propriedade intelectual. O acordo também implica que a ByteDance “confie a gestão dos dados e a segurança dos conteúdos dos usuários americanos” a um terceiro, segundo o dirigente chinês.‘Empresas muito grandes’A questão da propriedade do algoritmo e o controle dos dados dos usuários está no centro das preocupações dos legisladores americanos. O Congresso aprovou em 2024 uma lei que obriga a ByteDance a transferir o controle do TikTok sob pena de proibição nos Estados Unidos.Esse texto visava evitar que as autoridades chinesas tivessem acesso a dados pessoais de usuários do TikTok nos Estados Unidos ou influenciassem a opinião americana através do poderoso algoritmo da rede social. A rede social admitiu que colaboradores baseados na China tiveram acesso a dados de usuários americanos, mas garantiu que nada foi comunicado ao governo chinês.A possibilidade de que o TikTok nos Estados Unidos utilize o algoritmo, que permaneceria propriedade da ByteDance, e não uma separação completa, não resolveria totalmente as questões levantadas pelo Congresso.O prazo final, inicialmente fixado para 19 de janeiro, já foi prorrogado três vezes por Trump, que baseou grande parte de sua campanha eleitoral de 2024 nas redes sociais e se declara fã do TikTok. “Temos um grupo de empresas muito grandes que querem comprá-lo”, disse Trump a jornalistas nesta terça-feira.Segundo vários veículos americanos, foi encontrado em abril um protocolo, antes de as relações comerciais e diplomáticas entre China e Estados Unidos se tensionarem abruptamente em um contexto de novos impostos.Esse protocolo incluía a participação do grupo de tecnologia Oracle, que já hospeda os dados do TikTok Estados Unidos em seus servidores americanos, bem como do gestor de ativos Blackstone e do empresário Michael Dell. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Outros candidatos à compra da plataforma se posicionaram, em particular o “Project Liberty” do empresário Frank McCourt e a startup de inteligência artificial generativa Perplexity AI, cada um querendo integrar o aplicativo em um modelo mais amplo. Leia também Trump diz que EUA 'eliminaram' no total três embarcações venezuelanas Tribunal dos EUA rejeita pedido de Trump para demitir diretora do Fed *Com informações da AFPPublicado por Nátaly Tenório