Depois de fechar um acordo de livre comércio entre Mercosul e Efta — Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein — o Brasil planeja avançar nas negociações com a Índia e o Canadá no início de outubro. Na mesma semana, o governo brasileiro irá discutir instrumentos comerciais com autoridades canadenses e indianas.Em 7 e 8 de outubro, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), estará em Nova Delhi para iniciar as tratativas comerciais com a Índia.No encontro, a ideia é discutir quais termos do acordo entre o Mercosul e o país podem ser ampliados, conforme apurou a CNN. Leia Mais Legisladores dos EUA apresentarão projeto para eliminar tarifas sobre café Xi Jinping pede para Trump evitar "restrições comerciais unilaterais" Tarifaço: Veja quais empresas podem acessar crédito do BNDES e como pedir Dois dias depois, em 10 de outubro, o Brasil será sede de uma reunião entre chefes negociadores, com vistas à retomada das negociações do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e o Canadá, cujas discussões estavam paradas desde 2021.O avanço nas tratativas acontece em um contexto de defesa por novos acordos comerciais, diante da política tarifária dos Estados Unidos. Ampliar o leque de possibilidades faz parte da estratégia brasileira para reduzir os impactos econômicos da tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros.ÍndiaCom o país, o governo brasileiro quer negociar a inclusão de novos produtos no regime de isenção, negociar reduções tarifárias e buscar a retirada de barreiras comerciais.Antes da viagem, a equipe de Alckmin, que também comanda o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), está mapeando quais instrumentos podem ser atualizados.A lista de possibilidades é ampla, e pode abranger desde produtos que podem ser incluídos a barreiras técnicas que podem existir entre os mercados.A percepção de técnicos do governo é de que a atualização do acordo comercial entre Mercosul e Índia não deve ser finalizada em 2025.BNDES: Recursos a empresas afetadas pelo tarifaço está começando com linhas variáveis | Money NewsA ampliação dos termos é necessária para alcançar a meta estabelecida entre as partes, que é aumentar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030.Os integrantes da Esplanada também avaliam que o acordo com a Índia está operando abaixo do seu potencial.Dados do governo federal indicam que atualmente apenas 14% das exportações brasileiras para o país estão cobertas pelo acordo, abrangendo 450 categorias de produtos, num universo de cerca de 10 mil.CanadáJá no encontro com as autoridades canadenses, o governo brasileiro irá retomar os termos da negociação do ponto onde parou.Na ocasião, será discutido o encaminhamento das tratativas do acordo, de modo a estabelecer um cronograma e uma estratégia de trabalho a partir do balanço elaborado pelas partes sobre os temas mais avançados e os que carecem maior atenção, por exemplo.Na reunião, os negociadores brasileiros e canadenses podem discutir desde como vão conduzir as negociações sobre barreiras técnicas a temas como propriedade intelectual e regras de origem, por exemplo. A expectativa é de que o acordo seja finalizado em 2026.Em setembro, o Brasil realizou uma missão comercial em Toronto, no Canadá, com vistas a ampliar ainda mais as oportunidades de negócios bilaterais.Abertura comercial reduz impacto de tarifas de Trump no Brasil? Entenda