A neurocisticercose, principal infecção parasitária do sistema nervoso central, causa pela larva da Taenia solium, é considerada a principal causa de epilepsia adquirida em regiões de baixa e de média renda, como América Latina, Ásia e África, de acordo com informações do Jornal da USP. Apesar dos avanços recentes na medicina, ainda há controvérsias sobre os métodos mais eficazes para investigar a doença e tratar diferentes perfis de pacientes.Para tentar preencher essa lacuna, pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) escreveram um artigo de revisão que avalia critérios de conduta e explora estratégias futuras, enfatizando a necessidade da medicina personalizada. De acordo com Thales Pardini, autor do artigo e doutorando no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, em entrevista ao jornal da USP, a proposta do trabalho é ser um guia prático, que defina protocolos para o atendimento clínico.Leia tambémCom novas diretrizes, quem tem pressão 12 por 8 terá que tomar remédio?Nova diretriz definiu que valor faixa passa a ser considerada pré-hipertensão, que demanda medidas como mudanças no estilo de vidaA neurocisticercose ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com os ovos da Taenia solium. Quando isso acontece, o homem se torna o hospedeiro do parasita. Essa condição se diferente da teníase, infecção causada pela presença do verme adulto no intestino.Em regiões endêmicas, a ingestão pode acontecer endêmicas devido à precariedade do saneamento básico.“Quando uma água contaminada é utilizada para lavar vegetais, isso vai ser ingerido de maneira acidental”, explica Tissiana Haes, médica especialista em neurofisiologia pelo HC, ao Jornal da USP.O consumo de carne de porco crua ou mal cozida também pode ser uma forma de contaminação. De acordo com informações do Einstein Hospital Israelita, após a ingestão, os embriões eclodem no intestino delgado, invadem a parede intestinal e se disseminam através da corrente sanguínea para o cérebro, músculos, fígado e outros tecidos.A neurocisticercose ocorre quando eles vão para o cérebro. Durante um período de três a oito semanas, os cisticercos se desenvolvem no local. Os principais sintomas são: dores de cabeça por um tempo médio e de intensidade variável, convulsões e confusão mental. Em casos graves, pode acontecer meningite ou hidrocefalia.O diagnóstico é feito por exames de imagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. De acordo com o novo estudo, exames sorológicos são comuns e têm boa sensibilidade em casos de múltiplas lesões, mas falham em identificar lesões únicas ou calcificadas. Testes inovadores a partir de antígenos recombinantes e proteínas sintéticas estão em desenvolvimento, mas ainda não estão disponíveis na maioria dos centrosO tratamento envolve o uso de antiparasitários quando há evidência de cistos viáveis. O segundo passo é o uso de anti-inflamatórios, o mais comum sendo o corticosteroide. Em seguida, a recomendação é de medicações anticrise, para tratar a epilepsia. Cirurgia também pode ser indicada em alguns casos.De acordo com o guia, alguns grupos, como crianças e gestantes, demandam atenção especial. Na população pediátrica, a doença tende a ser mais benigna, mas casos múltiplos apresentam maior risco de epilepsia recorrente. No caso de gestantes, alterações imunológicas da gravidez podem alterar o curso da doença, portanto o tratamento deve equilibrar risco materno e fetal.O artigo também reflete sobre mudanças estruturais necessárias para o controle da doença, como a necessidade de escassez de ensaios clínicos robustos com pacientes, e de medidas de saúde pública que reduzam a proliferação da T. solium, que incluem vacinação de suínos, cuidados veterinários como o uso de vermífugo e melhorias em saneamento e tratamento da água. The post Epilepsia: larva de tênia é a principal causa da doença em regiões de baixa renda appeared first on InfoMoney.