Enem 2025 será aplicado nos dias 9 e 16 de novembro. No segundo dia de exame, os candidatos enfrentam 90 questões de múltipla escolha: 45 de matemática e 45 de ciências da natureza.Lívia Ferreira/ g1 PiauíEm 16 de novembro, no segundo final de semana de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos enfrentarão 90 questões de múltipla escolha – sendo metade delas de matemática. A prova é cansativa e pode assustar, mas merece atenção especial, já que costuma resultar em notas altas. Professores reforçam que a melhor forma de se preparar para o Enem nessa reta final é estudar os conteúdos de maior incidência e ter uma estratégia para o dia do exame. A seguir, o g1 lista os temas mais cobrados em matemática e traz dicas de como se preparar. 🔢 Temas mais cobrados em matemática no Enem Analisando os últimos anos do exame, levantamentos feitos pelo Curso Anglo (2019-2024) e pelo SAS Educação (2009-2024) mostram que os tópicos que mais caem no exame são: Grandezas e medidas (razão, proporção direta e indireta, unidades de medidas, escalas) Estatística e probabilidade (porcentagem, medidas de tendência central, análise de dados, gráficos e tabelas, análise combinatória) Geometria plana (área, perímetro, semelhança/escala, ângulos notáveis, trigonometria no triângulo retângulo) Geometria espacial (volume, prisma e cilindro) Funções (de 1º e 2º grau, equações e sistemas de equações) Sérgio Ghiu, professor e autor de matemática do Sistema de Ensino pH, resume o que esperar da prova: "Questões contextualizadas, com forte ênfase em leitura de gráficos e tabelas, modelagem de situações do cotidiano e resolução de problemas. Isso envolve números e operações, grandezas e medidas, geometria plana e espacial, funções, estatística, probabilidade e pensamento algébrico”. Sobre o nível de dificuldade, o professor diz que, embora possam ser observadas variações pontuais nas últimas edições, especialmente em itens mais longos ou com maior leitura, não houve rupturas no perfil tradicional da prova. “A contextualização segue forte, assim como a cobrança de raciocínio proporcional, leitura de representações e geometria operacional. Em 2024, vimos uma prova dentro do esperado", lembra. 📖 Como estudar para matemática no Enem Na reta final de estudos e revisões, Ghiu enfatiza a orientação de “foco cirúrgico” nos temas de maior incidência, que tem maior retorno – ou seja, que rendem pontos importantes para os candidatos. Garantir questões de nível fácil e médio é mais importante, para a nota final da prova, do que investir muito tempo em um exercício difícil (entenda mais abaixo por que).O professor sugere que o aluno resolva provas de anos anteriores, sobretudo de 2020 a 2024, no formato real, com gabarito do Inep. Depois, fazer uma análise pós-prova para mapear erros recorrentes – que podem ser compilados em um caderno de erros. “Registrar os ‘gatilhos’ que levam ao equívoco, como converter unidades, checar escalas e estimar antes de calcular", evitando a repetição de falhas. 60 dias para o Enem: veja cronograma de estudos para 3 tipos de alunos (vale até para quem esqueceu da prova)Para reforçar, é uma boa pedida resolver listas temáticas dos principais assuntos do exame, alternando entre eles. Ghiu aconselha que o candidato dedique de 1h a 1h30 por dia a essa frente. 🧠 Estratégias para resolver a prova de matemática no Enem A prova é longa e exige não só domínio do conteúdo, mas também resistência e uma boa estratégia de gestão de tempo. Ghiu indica um caminho possível para quem ainda não tem um “plano de ataque” para chamar de seu. A ideia é que a prova seja feita em três passadas: Primeira passada (60 a 70 minutos): Resolver questões mais curtas e diretas, como as de proporção e porcentagem, leitura de gráfico e funções lineares. Marcar os exercícios “cascudos” para depois; Segunda passada (70 a 80 minutos): Resolver questões de geometria com desenho e de funções quadrática e exponencial; Terceira passada (tempo restante): Resolver questões de estatística e probabilidade e os itens que exigirem maior leitura. O professor enumera algumas dicas extras, como reconhecer padrões em exercícios – quando um mesmo molde pode ser aplicado em contextos diferentes. Isso agiliza a resolução, por exemplo, de questões que envolvem proporção, função, média ponderada. Em geometria, apostar em rascunhos das figuras é o segredo. “Fazer um esboço limpo e anotar dados chaves, como as unidades, reduz erros de área e volume”, exemplifica. Também pode ajudar seguir a chamada “regra 2-2-1": “Se após dois minutos [de resolução] o candidato ainda não destravou a ideia, e após duas tentativas o caminho segue opaco, faça uma marcação no exercício e siga para o próximo. Volte para ele no fim”, explica Ghiu. Outro ponto é fazer uma “checagem dimensional”. “Antes do chute, confira se o tamanho/ordem de grandeza da resposta faz sentido”, alerta o professor. Isso evita erros frequentes como esquecer de converter centímetros para metros ou trocar escalas. Exemplo: Se a questão pede área, o resultado deve estar em unidades quadradas (m², cm²). Ou, se o que se busca é o volume, a resposta deve estar em unidades cúbicas (m³, cm³). 🎖️ Por que as notas médias de matemática no Enem são relativamente mais altas? A metodologia de correção da prova, conhecida como TRI (Teoria de Resposta ao Item), considera o nível de dificuldade de cada questão e analisa o padrão de respostas do candidato – visando coerência pedagógica, ou seja, que o estudante demonstre proficiência nos assuntos abordados. Entenda como funciona a TRIEnem 2025: Como usar a IA para estudar na reta final (e o que evitar)Em outras palavras, a TRI recompensa o candidato que acerta de forma consistente. Assim, o aluno que garante os itens de nível fácil e médio tira uma nota mais alta do que aquele que acerta somente itens considerados difíceis, porque a correção interpreta isso como acertos ao acaso (o famoso “chutômetro”). O candidato que vai além e acerta as questões mais difíceis depois de garantir as fáceis e médias aumenta ainda mais sua nota na disciplina. É isso que diferencia os candidatos, em muitos casos: matemática é uma das áreas de maior impacto na nota final dos estudantes que buscam vagas em cursos concorridos como Medicina e Engenharias.