A cantora Daniela Mercury se posicionou contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia durante ato promovido por movimentos de esquerda neste domingo (21), em Salvador.“A gente não aceita que o Congresso ressuscite qualquer tipo de PL sobre anistia, dosimetria, porque isso não cabe, já foi julgado com devido processo legal, o Brasil não aceita isso”, afirmou à CNN, ressaltando que a proposta é “inconstitucional” e gera “constrangimento e indignação” na população. Leia Mais Direita e esquerda só fazem sentido para as elites, diz Bolívar Lamounier Além de condenação, Bolsonaro enfrenta 23 processos no STF Líder do PT diz que PL da Anistia foi feito sob medida para Bolsonaro Além de Salvador, também estão previstas manifestações em outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro. Em outras cidades, como Brasília e Belo Horizonte, os atos aconteceram pela manhã.Segundo Daniela Mercury, ela participou do protesto ao lado de representantes de “blocos afro” e outros grupos com “consciência social e democrática”.Na avaliação da cantora, a PEC da Blindagem ameaça a transparência da Câmara dos Deputados. Daniela também criticou o que para ela geraria uma “casta privilegiada que fique impune a qualquer tipo de julgamento”.A artista ainda destacou a população como protagonista da democracia, que deve se posicionar quando os parlamentares não atendem às expectativas do eleitor.“Quem rege a democracia é o povo, a gente elege os nossos representantes, mas a gente continua sendo o ator fundamental desse processo democrático”, disse.“Então, a gente quer que o Congresso tenha transparência, mostre para o povo brasileiro o que está fazendo e se os PLs ou as PECs não forem de interesse público, a gente vem para a rua e estamos aqui por isso”, finalizou Daniela.Veja como foram atos da esquerda contra anistia e PEC da Blindagem na parte da manhã | AGORA CNNOs protestos surgem em meio ao avanço de dois projetos controversos na Câmara: a PEC da Blindagem, aprovada na terça-feira, que estabelece aval legislativo para a abertura de processos contra parlamentares e estende o foro privilegiado a presidentes de partido; e o PL da Anistia, aprovado em regime de urgência na quarta-feira, que pode beneficiar condenados por ataques relacionados ao 8 de Janeiro.Ambos receberam apoio de partidos do centrão e provocaram críticas de setores da sociedade, opositores e parte do PT.No Senado, a PEC da Blindagem deve tramitar inicialmente na Comissão de Constituição e Justiça, enfrentando resistência, enquanto o PL da Anistia tem a relatoria de Paulinho da Força, que busca reduzir penas de condenados. O presidente Lula já sinalizou que vetaria qualquer projeto de anistia, classificando a PEC da Blindagem como “não uma coisa séria”.*Sob supervisão de Renata Souza