Vereadora trans é impedida de subir em trio durante manifestação contra PEC da Blindagem

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A vereadora da cidade de Niterói, Benny Briolly (PSOL), afirmou ter sido impedida de subir ao trio elétrico durante a manifestação contra a PEC da Blindagem e a anistia a condenados por atos golpistas, realizada na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, neste domingo (21).“Todo mundo subindo e a travesti preta não pode subir. Aí chega aqui e vejo a esquerda reproduzindo o mesmo processo bizarro institucional que a direita reproduz, que é destruir o nosso corpo preto, que é destruir o nosso corpo travesti. É isso que acontece!”, disse Briolly em vídeo publicado nas redes sociais.Em entrevista ao POP Mais, a vereadora detalhou que foi a única parlamentar impedida de subir no trio da deputada federal, Talíria Petrone, também do PSOL.“O que aconteceu foi o seguinte. Os critérios para subir no trio eram ser parlamentar que tivesse construindo a frente ampla contra a PEC da Blindagem. Só que chegando lá, quem estava na coordenação do trio era um setor político da assessoria da deputada federal Talíria Petrone. Quem estava me barrando era o pai dos filhos dela. Depois que me coloquei pré-candidata da deputada federal, esse setor começou a me perseguir. Todos os vereadores subiram no trio. Eu fui a única que fui proibida”.Assista ao vídeo Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Benny Briolly (@bennybriolly)Durante o ato, manifestantes gritaram “Sem Anistia” e “Viva a Democracia”, em repúdio à PEC que limita a abertura de processos criminais contra parlamentares sem autorização das casas legislativas.Benny Briolly também destacou a importância da unidade política e da representatividade.“Nós precisamos de uma esquerda que, de fato, seja unificada para derrubar o fascismo, para derrubar o bolsonarismo, para derrubar a PEC da Blindagem, que representa um retrocesso histórico para o povo negro, para os LGBTs, para o povo pobre, favelado, que representam um retrocesso na jovem democracia brasileira. Em corpos que se representam e se colocam como o meu, isso é um absurdo, é uma barbaridade”.Apesar de não ter conseguido subir ao trio, a vereadora afirmou ter permanecido junto do público presente na orla, onde se sentiu acolhida.“Recolhi-me e fiz o que sempre faço: fiquei onde sou querida, que é junto do meu povo. Das ruas, da minha gente. Fiquei aqui embaixo, na rua, porque sei que aqui sou querida, sou abraçada”, finalizou.O que diz a deputada Talíria PetroneProcurada, a assessoria da deputada Talíria Petrone afirmou que a parlamentar esteve no carro de som durante todo o ato e até o fim da fala da deputada Benedita da Silva, que encerrou o momento político do evento.“Por isso, não tomou conhecimento do episódio ocorrido com a vereadora. Ela também não soube da questão envolvendo o pai de seus filhos e a vereadora”, disse a assessoria.A mobilização reuniu cerca de 41,8 mil pessoas, segundo estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP, e contou com apresentações de grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Djavan.