Autor do projeto de lei sobre anistia que avançou na Câmara dos Deputados, Marcelo Crivella (Republicanos) defendeu, nesta quinta-feira (18/9), que o ex-presidente Jair Bolsonaro seja contemplado com redução da pena e cumpra 2 anos em prisão domiciliar. A medida contrasta com a condenação de 27 anos imposta ao ex-mandatário pelo STF.“Condenar um homem de 70 anos a 27 de prisão não é uma pena de morte?”, questionou Marcelo Crivella em entrevista à coluna. O parlamentar disse ser favorável a uma anistia “ampla, geral e irrestrita” que inocentasse Bolsonaro e outros condenados, mas que essa possibilidade é inviável por ser rejeitada por lideranças do Centrão.Para Crivella, a condenação a dois anos de prisão seria a alternativa ideal por representar uma “pena reeducativa” e que evite a perda das patentes de Bolsonaro e outros militares condenados por golpe de Estado.“Defendo a redução de pena de Bolsonaro e outros militares para dois anos. Por que não perde a patente. Quem sabe a gente consegue dois anos com prisão domiciliar. E rapidamente passando para regime de semiaberto, trabalhando e dormindo em casa. Acho que isso seria o ideal”, disse Crivella.3 imagensFechar modal.1 de 3Bolspnaro e Crivella, autor do PL da AnistiaReprodução/ Marcelo Crivella2 de 3Bolsonaro está em prisão domiciliarHUGO BARRETO/METRÓPOLES@hugobarretophoto3 de 3Deputado Paulinho da ForçaBreno Esaki / MetrópolesO autor do PL da Anistia prosseguiu: “É [uma sentença] educativa, as pessoas nunca esqueceriam essa experiência terrível. Serve de exemplo para todos políticos e a coletividade. Mas fica nisso. Não é algo que traria angústia e aflição. Aliás, eu nunca imaginei que a gente pudesse botar em risco as relações diplomáticas com os Estados Unidos”. Leia também Paulo Cappelli “Vamos parar o Senado se não votar anistia a Bolsonaro”, diz Valdemar Paulo Cappelli Relator da anistia tem denúncia no STF e na Justiça Eleitoral Paulo Cappelli Conselheiro de Trump reage ao avanço do projeto de anistia Paulo Cappelli Gilmar questiona Congresso sobre regras para impeachment de ministros Protocolado em 2023, o texto de Crivella foi, inicialmente, apelidade de “anistia light” por abarcar apenas manifestantes que se envolveram nos atos de 8 de Janeiro e não depredaram patrimônio público nem atacaram policiais. Após a condenação de Bolsonaro e de aliados do ex-presidente, o texto ganhou uma nova discussão na Câmara.A tramitação do projeto de leiNessa quarta-feira (17/9), a urgência para votação do PL da Anistia foi aprovada com 311 votos, dando celeridade à apreciação pelo plenário da Câmara. O texto final, contudo, ainda será discutido.A proposta será relatada pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade), que se reunirá com o autor do projeto para debater o texto. “Paulinho foi escolhido de maneira certa. Espero que na semana que vem a gente tenha isso feito”, finalizou Marcelo Crivella.