As manifestações que surgiram em resposta à PEC da Blindagem (leia-se bandidagem) e à pauta da anistia representaram um tipo de protesto que chamou a atenção pela sua natureza particular.Segundo o cientista político Fábio Kerche, doutor em Ciência Política, a reação não foi apenas um grito de indignação, mas um sintoma de como a sociedade, fora dos canais tradicionais, demonstrou sua força.A análise de Kerche destaca que esses protestos foram notáveis por serem apartidários, organizados com rapidez e por terem furado a bolha política.Para o especialista, o caráter apartidário foi a principal marca dessas manifestações.Diferentemente de outros protestos que frequentemente são associados a partidos de direita ou esquerda, a indignação com a PEC da Blindagem e com a anistia a crimes contra a democracia transcendeu ideologias.O tema foi percebido como um movimento de autoproteção da classe política contra a justiça, o que gerou um repúdio generalizado que uniu cidadãos de diferentes espectros ideológicos.A organização veloz desses protestos, muitas vezes mobilizados via redes sociais e aplicativos de mensagens, reforça a tese de que a causa era genuinamente popular e não dependia da estrutura formal de partidos ou sindicatos.A rapidez com que o movimento ganhou corpo impediu que fosse cooptado ou que a sua pauta original fosse diluída, preservando sua autenticidade.Essa espontaneidade permitiu que o protesto “furasse a bolha”, ou seja, que a mensagem atingisse e mobilizasse pessoas que normalmente não se engajam em manifestações políticas que não encabeçadas por seus líderes ideológicos.Ao tratar de um tema tão elementar como a impunidade, a pauta ressoou com um público mais amplo e diverso, mostrando que, para além da polarização ideológica, existe um consenso sobre a necessidade de transparência e responsabilização na vida pública.Na visão de Kerche, o sucesso dessas manifestações é um alerta para a classe política.Ele demonstra que o poder das ruas continua ativo e que pautas que são percebidas como um ataque à moralidade e à justiça podem rapidamente mobilizar uma resposta popular, mesmo sem o apoio de líderes partidários ou militância organizada.Para além do uso de bandeiras do Brasil e dos EUA em manifestações, o fato é que Lula ganhou mais um presente com o qual pode capitalizar, desta vez, dado pela Câmara dos Deputados.E Trump, o presenteador oficial do governo brasiliero, segue a espernear. Claramente, não conhece o Brasil.Confira: