Para o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, a discussão alternativa à anistia, sobre a dosimetria de penas dos condenados, faz mais sentido se observada pelo não acúmulo de determinados crimes do que pela redução dos tempos de condenação.O magistrado relatou ao “Roda Viva”, da TV Cultura, desta segunda-feira (22), que “algum tempo atrás, no funeral do papa [Francisco], eu estive com o presidente [do Senado] Davi Alcolumbre e com o presidente [da Câmara] Hugo Motta, e […] puxaram o assunto da extensão das penas e, na ocasião, eu observei que havia aplicado penas menores porque eu não acumulei golpe de Estado com abolição violenta do Estado [Democrático] de Direito”.“E na ocasião, eles comentaram a possibilidade, ou a pretensão, de aprovar legislação nesse sentido, que corresponde verdadeiramente ao que eu acho. Acho que faz mais sentido do que reduzir tamanho de pena, é uma alternativa que me soa razoável“, pontuou Barroso. Leia Mais: Barroso faz suspense sobre possível saída do Supremo Anistia: Redução de penas soa razoável, diz Barroso Antes de novas sanções contra ministros do STF, EUA analisam caso a caso O presidente do STF ressaltou que essa foi uma discussão anterior à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.O debate sobre dosimetria entre o ministro e os parlamentares teria como foco os presos pelo ataque à Praça dos Três Poderes do dia 8 de janeiro de 2023, sobretudo os de “menor engajamento”, que segundo o presidente do STF eram aqueles não ligados à organização ou financiamento do atentado.Se aprovada legislação nesse sentido, o jurista explicou que os processos não teriam de passar por revisão criminal, uma vez que no Direito, em matéria penal, o texto mais favorável leva a retroagir.No caso da organização criminosa apontada à frente da trama golpista que tentou impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Barroso avaliou que pelo tamanho das penas, não importa a diminuição.