Conib lamenta falas de Lula contra Israel na ONU

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A Conib (Confederação Israelita do Brasil) lamentou as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Israel dadas nesta segunda-feira (22) durante a conferência para a solução de dois Estados — que visa a coexistência pacífica entre um Estado palestino e o Estado israelense — e ocorre em paralelo com a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.Em nota, a Conib afirmou que “em pleno feriado do Ano Novo judaico, o presidente Lula mais uma vez faça acusações mentirosas contra Israel, agora em foro internacional”.Durante o discurso, o presidente brasileiro afirmou que “melhor palavra que pode descrever o que ocorre na Faixa de Gaza é genocídio”. Leia Mais EUA citam condenação de Bolsonaro em justificativa para novas sanções Moraes pede para Zanin marcar julgamento do núcleo 4 da trama golpista STF diz que sanção a esposa de Moraes é injusta e fruto de narrativa falsa Segundo a confederação, “acusar judeus de matar mulheres e crianças deliberadamente é uma das mais antigas acusações antissemitas da história”.Lula fez referência a uma investigação independente da ONU que concluiu que Israel cometeu genocídio contra os palestinos em Gaza.Durante o discurso, o presidente ressaltou que os atos terroristas cometidos pelo Hamas são inaceitáveis e que o Brasil foi “enfático ao condená-los”.Entretanto, o petista reforçou que o direito à defesa de Israel não autoriza a “matança indiscriminada de civis”.“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas tentativa de aniquilamento do seu sonho de nação”, comentou.A Conib diz que Lula desconsidera os fatos e a tradição diplomática brasileira de “moderação e busca de diálogo”.Ainda segundo a entidade, se o mandatário “está interessado no fim da guerra” deveria pedir que o Hamas devolva os reféns que mantém “nas masmorras de Gaza há quase dois anos”, além de que o grupo “deponha” suas armas.Conferência para solução de dois EstadosA reunião na sede da ONU foi presidida por Arábia Saudita e França, que reconheceu o Estado palestino no discurso de abertura. Outro país a fazer isso no evento foi Mônaco.O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou na conferência, pedindo por um cessar-fogo imediato e permanente e a libertação de todos os reféns do Hamas, destacando que nada pode justificar o ataque de 7 de outubro de 2023.“Sem dois Estados, não haverá paz no Oriente Médio, e o radicalismo se espalhará pelo mundo”, afirmou.Israel e EUA boicotam reuniãoA ausência de duas delegações chamou atenção durante a conferência: Israel e Estados Unidos.O embaixador israelense na ONU havia anunciado que os dois países boicotariam o encontro, chamando a reunião de “circo”.*Sob supervisão de Douglas Porto