ONU chega aos 80 anos em crise financeira e com dificuldades na diplomacia

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A ONU (Organização das Nações Unidas) completa 80 anos diante de uma crise de financiamento e dificuldades para solucionar uma série de conflitos globalmente, como na Ucrânia e em Gaza.O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou uma reforma na organização que pretende “otimizar” operações e realizar cortes de gastos, chamada de “UN80”. Entre as mudanças estão a alteração de escritórios, cortes em secretarias e diminuição de equipes.A ONU lida com dificuldades orçamentárias, que envolvem a inadimplência e o fim de programas de financiamento de países-membros. Os atrasos em pagamentos ultrapassam os US$ 2 bilhões, com destaque aos Estados Unidos, maiores contribuidores da Organização, que devem mais de US$ 1,5 bilhão. Leia Mais ONU apoia solução de dois Estados, desafiando a posição de Israel e dos EUA Portugal também reconhece a Palestina. E agora? Bélgica, Malta e Luxemburgo reconhecem Estado Palestino “Para enfrentar esses desafios, devemos não apenas defender as Nações Unidas, mas fortalecê-la.”, disse Guterres.As mudanças chegam em um momento em que a ONU se vê mais exigida a mediar conflitos globais, sem sinal de que as guerras em Gaza e na Ucrânia estejam perto do fim.Reconhecimento do Estado PalestinoNesta segunda-feira (22), Bélgica, Luxemburgo, Mônaco e Malta reconheceram o estado Palestino durante uma conferência que discutiu uma solução de dois estados para o conflito entre Israel e Hamas. A reunião foi chefiada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman.Abrindo os trabalhos da sessão, Macron cumpriu a promessa que havia feito em julho e reconheceu a Palestina.“Chegou a hora. É por isso que, fiel ao compromisso histórico do meu país com o Oriente Médio, pela paz entre o povo israelense e o povo palestino, declaro que a França reconhece hoje o Estado da Palestina“, disse.Nem Israel nem Estados Unidos estavam presentes no encontro. Com as decisões desta segunda, mais de 150 países já reconheceram a Palestina — e o número deve crescer ao longo da Assembleia Geral.Ameaças russas à OtanOutro tópico de tensão envolve às acusações de violações do espaço aéreo de alguns países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) por parte da Rússia.Neste mês, Estônia, Romênia e Polônia reportaram drones e caças russos sobrevoando seus territórios, chegando a abater alguns equipamentos. Em reunião emergencial no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia diz que as acusações dos europeus carecem de fundamentos.Como resposta ao Kremlin, ministros de estados associados à aliança militar, disseram que, caso a Rússia volte a realizar incursões, as nações da Otan poderão se defender. Durante o encontro, o embaixador dos EUA na ONU, Michael Waltz, afirmou que espera uma desaceleração das ameaças de Moscou.“Em um momento em que o presidente Trump e os Estados Unidos têm se concentrado e despendido enorme tempo e esforço para pôr fim a esta guerra horrível entre a Rússia e a Ucrânia, esperamos que a Rússia busque maneiras de reduzir a escalada, e não de arriscar uma expansão”, afirmou Waltz.