O trecho argentino da Rota Bioceânica, corredor que pretende abrir um novo caminho para as exportações brasileiras pelo Oceano Pacífico, enfrenta significativos desafios em sua implementação.O percurso de aproximadamente 700 quilômetros que atravessa o território argentino apresenta as maiores dificuldades entre os quatro países participantes do projeto.Um estudo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) identificou 11 problemas críticos na região fronteiriça, incluindo a ausência de condições mínimas para o transporte seguro de cargas e deficiências na infraestrutura de acessoA situação é agravada pela existência de 26 quilômetros de estrada não pavimentada logo após a fronteira, sem perspectivas imediatas de obras. Leia Mais Bioceânica: Estrada consolida guinada liberal do Paraguai Rota Bioceânica: Nova ponte entre Brasil e Paraguai ficará pronta em 2026 Rota Bioceânica projeta saída do Brasil para o Pacífico Potencial do lítioA região atravessada pela rota inclui o chamado Triângulo do Lítio, formado por Argentina, Chile e Bolívia, que concentra quase metade das reservas mundiais do mineral, totalizando 57 milhões de toneladas.O lítio é componente essencial na fabricação de baterias para veículos elétricos e dispositivos eletrônicos, sendo objeto de disputa geoeconômica entre Estados Unidos e China.Em Susques, povoado argentino localizado a 4 mil metros de altitude próximo à fronteira com o Chile, a empresa Excer, que conta com capital chinês, mantém uma planta industrial com potencial para produzir 40 mil toneladas anuais de carbonato de lítio para baterias.Desafios burocráticosA integração aduaneira representa um dos principais entraves para o sucesso do projeto. Os relatos coletados durante a viagem apontam dificuldades na circulação de cargas e mercadorias devido ao número reduzido de funcionários e horários restritos de funcionamento nas alfândegas.O professor Alejandro Safarov, integrante de uma rede acadêmica que estuda a rota, indica que o projeto nunca despertou interesse significativo dos agentes econômicos de Buenos Aires, que tradicionalmente priorizam investimentos no porto da capital argentina.A concentração de 40% da população e 80% das exportações na região de Buenos Aires, Córdoba e Santa Fe contribui para essa resistência à descentralização logística.CNT: Das 10 melhores rodovias do país, 9 são da iniciativa privada Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.